Irã e Turquia sucederão atuais potências, diz Ahmadinejad

TEERÃ – Irã e Turquia emergirão como potências na região do Oriente Médio após a iminente queda das atuais nações hegemônicas e o desaparecimento do atual sistema internacional, afirmou o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.

“O progresso (das relações) entre Turquia e Irã interessa a todos os países da região e do mundo”, disse o chefe de Estado iraniano na noite de sábado, quando recebeu o ministro de Assuntos Exteriores turco, Ahmet Davutoglu.

“As relações entre ambos os países devem se expandir em diferentes campos, especialmente no energético”, acrescentou Ahmadinejad, cujas declarações foram reproduzidas hoje pela agência oficial de notícias “Irna”.

Davutoglu, por sua vez, afirmou que, “devido à atual conjuntura no mundo, a ampliação das relações entre Irã e Turquia é necessária”.

O ministro turco, que hoje volta para casa, também se reuniu com o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, a quem expressou o apoio da Turquia às negociações do Irã com o Ocidente.

Neste sentido, Davatoglu disse que a Turquia respalda o direito de todos os países a desenvolver energia nuclear com fins pacíficos.

No sábado, o diretor de investimentos da Companhia Nacional de Petróleo iraniano, Ali Ghanimifard, anunciou que seu país chegou a um acordo com Ancara para fornecer gás do Turcomenistão à Turquia pelo território iraniano.

Fonte: Último Segundo

4 Comentários

  1. Usina no Irã é imprópria para uso civil.

    Instalação não teria capacidade de produzir eletricidade, mas abrigaria centrífugas suficientes para enriquecer urânio.

    Declaração conjunta de Estados Unidos, Grã-Bretanha e França na reunião do G-20 só foi possível porque os serviços secretos dos três países chegaram a informações semelhantes de que a usina de enriquecimento de urânio, na cidade de Qom, não só existe, como teria sido projetada para fins militares.

    Segundo o governo de Mahmoud Ahmadinejad, a usina ainda não entrou em operação e teria capacidade de enriquecer urânio em 5%, nível insuficiente para a produção de uma bomba nuclear. Mas, como o país não permite a entrada de inspetores da AIEA, não há como verificar a garantia iraniana. Além disso, o fato de a usina abrigar 3 mil centrífugas para enriquecimento de urânio – uma quantidade reduzida para alimentar um programa civil, que necessita de milhares de centrífugas – também provoca o receio de que esconda um programa nuclear militar.

    De posse dessas informações, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, não hesitou ontem em juntar-se aos governos americano e britânico nas advertências contra o Irã. A posição de Sarkozy é inversa à assumida pela França em novembro de 2002, quando a declaração de guerra contra o Iraque de Saddam Hussein foi avaliada no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

    Uma verdadeira rede de espionagem foi organizada pelos três países para montar o quebra-cabeça sobre a usina de Qom, uma cidade de 1 milhão de habitantes localizada a 150 km de Teerã.

    Situada às margens da rodovia Qom-Aliabad, a usina foi construída, segundo os serviços secretos, em uma antiga fábrica de mísseis da Guarda Revolucionária do Irã, o que só aumenta as suspeitas sobre os supostos “fins civis” do programa nuclear iraniano.

    Segundo as agências de espionagem – a americana CIA, a britânica MI6 e a francesa DGSE -, a fábrica está em construção há mais e quatro anos e não estaria em funcionamento. Parte das informações foi confirmada pelo Irã na carta enviada à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), na segunda-feira.

    Na dúvida sobre o objetivo da usina, as agências de espionagem dos três países alertaram seus líderes políticos. “Os três serviços secretos chegaram às mesmas informações”, afirmaram fontes do governo francês ligadas à investigação a um grupo de jornalistas, ontem, em Paris. “A busca desses dados foi feita de forma unilateral. Cada organismo vinha levantando informações sobre a natureza do programa nuclear iraniano. Quando tivemos convicções sólidas, precisas, entramos em contato e trocamos informações.”

    ESCONDERIJO

    A região de Qom, montanhosa e desértica, dificultou a infiltração de agentes estrangeiros. O acesso ao local já era considerado muito complexo por causa da vigilância do governo de Ahmadinejad. “A obtenção de informações no Irã, em especial naquela área, não é nada simples. Mas a localização, pelos três serviços secretos, de uma instalação industrial física, secreta, mas visível, permitiu que chegássemos a algumas certezas semelhantes.”

    Com o cruzamento de dados obtidos por Washington, Londres e Paris, afirmam as mesmas fontes, ficou claro o risco de que se trate de uma instalação capaz de produzir ogivas nucleares. “Durante 1.204 dias, esta usina de enriquecimento de urânio existiu de forma clandestina”, lembram os especialistas. “O governo iraniano, então, envia uma carta de duas linhas à AIEA afirmando que a usina de Qom existe. Mas o fato é que mentiu, trapaceou e enganou por quatro ou cinco anos as organizações internacionais ao afirmar que só mantinha a usina de Natanz”, disseram as fontes ligadas ao caso.

    NOVAS SANÇÕES

    Depois de se opor à guerra do Iraque, o governo francês agora indica estar disposto a ir às últimas consequências, ao lado dos EUA, da Grã-Bretanha e de outras potências, contra o programa nuclear iraniano.

    Na quarta-feira, os ministros das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, e da Defesa, Hervé Morin, vão se encontrar em Moscou com seus homólogos e o presidente russo, Dmitri Medvedev. A intenção é aproximar cada vez mais os discursos dos cinco países-membros do Conselho de Segurança e da Alemanha, caso seja necessário aprovar sanções econômicas contra o Irã.

    “Um Oriente Médio nuclearizado seria problemático também para a Rússia. Não estamos 100% de acordo com suas táticas, mas a verdade é que os russos sempre fizeram seu papel no dossiê iraniano”, disseram as fontes do governo francês.

    Fonte : http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090926/not_imp441296,0.php

  2. Em meio a tensão, Irã testa mísseis e anuncia manobras militares.

    País lançou mísseis com alcance de 170 km e anunciou que testará na segunda-feira arma com autonomia de 2.000 km.

    O Irã lançou neste domingo dois mísseis de curto alcance e anunciou para a segunda-feira testes com artefatos de alcance mais longo.

    Os canais estatais Al Alam e Press TV mostraram imagens de manobras militares nas quais os mísseis de curto alcance Tondar-69 e Fateh-110 foram lançados em um terreno semelhante a um deserto.

    As TVs não precisaram o alcance dos mísseis, mas especialistas de defesa acreditam que o Fateh, ou Conquistador, possa atingir alvos a 170 km de distância e o Tondar (Trovão), a 150 km.

    Além disso, os canais informaram que Teerã realizará testes na segunda-feira com o míssil Shahab-3, que tem o maior alcance dentro do arsenal iraniano, e que analistas acreditam ser capaz de atingir Israel.

    As manobras são realizadas após o recrudescimento das tensões entre o Irã, de um lado, e Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, de outro, pela informação de que Teerã está construindo uma nova usina de enriquecimento de urânio.

    O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse que a única finalidade da usina é produzir energia elétrica, e que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), responsável por monitorar as questões nucleares mundiais, foi informada dos planos iranianos há poucos dias, mais de um ano antes de as instalações entrarem em operação.

    Mesmo assim, os três países condenaram a iniciativa iraniana, e o presidente americano, Barack Obama, afirmando que prefere uma solução diplomática para a crise, não descartou nenhum tipo de “opção” contra o Irã.

    Representantes iranianos e de seis potências militares mundiais (EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha) se reúnem em Genebra, Suíça, na próxima quinta-feira para discutir com o Irã uma série de temas, incluindo o programa nuclear iraniano.

    Desafio

    O correspondente da BBC em Teerã Jon Leyne disse que, certo ou errado, o teste iraniano dos mísseis será visto como um desafio ao Ocidente.

    No sábado, a Guarda Revolucionária Iraniana havia anunciado as manobras com a finalidade de “melhorar a capacidade de defesa das Forças Armadas da República Islâmica”.

    Alguns analistas crêem que o país pretende utilizar o Shahab-3 (Meteoro-3) para carregar ogivas nucleares, mas vários outros especialistas ressaltam que aperfeiçoar a tecnologia do míssil para este fim é uma tarefa complexa.

    O primeiro teste do Irã com o Shahab-3 foi realizado em julho de 2008. Segundo o Exército iraniano, o artefato pode viajar 2 mil quilômetros e atingir Israel e bases americanas no Golfo Pérsico.

    Especialistas duvidam desta informação, mas apontam que é possível que o Shahab a ser testado na segunda-feira pelo Irã seja uma nova versão da arma, o Shahab-3b, que o país afirma ser capaz de viajar 2,5 mil quilômetros. BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

    Fonte : http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,em-meio-a-tensao-ira-testa-misseis-e-anuncia-manobras-militares,441767,0.htm

Comentários não permitidos.