Manual do exército ensina lições sobre o Afeganistão

WASHINGTON – Mais de um ano se passou desde que o comandante da polícia afegã ativou as forças de coalizão e ajudou insurgentes a realizarem um ataque surpresa contra tropas dos EUA. O atentado matou nove soldados americanos e feriu 30 soldados das tropas americanas e do país e resultou em uma perda de um posto aliado em uma das áreas mais fatais da guerra, no Afeganistão.

Dias após o ataque, historiadores do Exército e analistas de tática chegaram ao oeste do país para analisar o desastre próximo a Wanat. Eles entrevistaram soldados que sobreviveram à intensa batalha, na qual um número excedente de americanos trocou tiros com insurgentes por mais de quatro horas, muitas vezes a uma distância de 15 metros.

Agora, o esforço para aprender as lições do combate de 13 de julho de 2008 contribuíram com um novo manual de campo de batalha. O livro será entregue nos próximos dias para unidades do exército que se unirão às tropas adicionais enviadas ao Afeganistão pelo presidente Barack Obama.

O manual, “Operações de unidades pequenas no Afeganistão”, usa um tom de respeito pelo Taleban e outros grupos insurgentes, os quais têm combatentes extremamente experientes. Além disso, os soldados americanos são avisados que os insurgentes rapidamente se adaptam às mudanças de táticas.

Página após página, o manual descreve os exemplos de Wanat e outras missões, algumas bem-sucedidas e outras que resultaram em americanos e soldados das forças aliadas mortos ou feridos. O livro pode ser lido como uma forma de entender a nuances da complexa luta da contrainsurgência no Afeganistão. O texto é direcionado a todos os combatentes, desde generais e coronéis até novatos com contratos particulares como também sargentos e oficiais junior, que lideram pequenas unidades de combate.

Cópias do guia de 123 páginas, produzido pelo Centro de Lições de Instrução do Exército, estão sendo distribuídas no serviço militar e disponíveis para aliados da OTAN e outras nações com tropas no Afeganistão. Uma cópia foi fornecida antecipadamente ao “The New York Times” por um oficial da distribuição, que disse levar em consideração divulgar os guias a um público maior.

O manual inclui um capítulo entitulado “Compromissos Culturais”. Ele oferece um direcionamento para líderes de pequenas unidades construírem relações com anciãos em vilas e despertar a confiança de residentes – um processo que não pode ser deixado para os oficiais sênior, que devem voltar ao posto de operações.

Implícito nas instruções está um aviso de que as tropas correrão risco se ficarem afastados dos habitantes locais e indiferentes às suas necessidades – e sobre certos perigos caso fontes da Inteligência forem utilizadas de maneira incorreta.

Um exemplo de Wanat foi quando as tropas americanas, que tinham montado uma base artilharia cinco dias antes do ataque, foram pegas desprevenidas por uma conspiração entre o chefe de polícia do distrito e o Taleban. O manual descreve como treinar melhor para uma possível defesa em bases de operação, no difícil terreno afegão, especialmente, em áreas inimigas onde a lealdade dos moradores locais é incerta. A lista detalhada de “como fazer” inclui instruções sobre técnicas de campo de batalha, como construir morteiros mais eficientes do que os soldados faziam em Wanat, onde não levaram em conta que o terreno dava cobertura aos atacantes.

No combate no Afeganistão, espera-se até pequenos pelotões para patrulhar áreas e conduzir operações de combate e missões de reconstrução civil, trabalhos tradicionalmente atribuídos a unidades de combate maiores.

“Todos os soldados e líderes envolvidos nas operações do posto de comando é um soldado a menos ou um líder disponível para patrulhar, fornecer segurança ou montar uma força de reação rápida”, explica o manual. Um exemplo de Wanat foi uma simples base de artilharia que não foi preenchida de forma suficiente.

A publicação do guia dias após o aniversário da batalha de Wanat foi apontada primeiramente por um blog operado pelo Centro de Armas Unificadas, posto de operação do Exército para aprendizado avançado e desenvolvimento de líderes em Fort Leavenworth, no Kansas.

O blogueiro, Frontier 6, disse que o manual descreve lições bem-sucedidas no Afeganistão, como também o que foi colhido de operações em que americanos deixaram o campo de batalha ensangüentados. “Apesar de as perdas em Wanat serem trágicas, com um olhar analítico sobre a ação e outro sobre as lições aprendidas, podemos salvar vidas no futuro”, escreveu o blogueiro. Ele apontou que o guia também constrói uma análise de uma emboscada feita por insurgentes para pegar tropas americanas, em abril deste ano, em Korengal Valley, no oeste do Afeganistão.

Talvez seja um dos segredos mais mal guardados do Exército, mas Frontier 6 é o apelido do general William B. Caldwell IV, comandante de Fort Leavenworth e blogueiro casual, na Internet. Ele serviu anteriormente como porta-voz de importantes militares, no Iraque.

Comandantes em combate reconhecem o quanto se apoiam nas análises e lições dos manuais mandados de postos de operações nos EUA. “A educação de nosso exército é nossa melhor arma”, disse o general Stanley A. McChrystal, novo comandante no Afeganistão. “A contrainsurgência é complexa, cheia de nuances e sempre em mutação. O sucesso depende de uma força de combate que reconheça essas mudanças e se adapte a elas”.

Ao transformar os exemplos em conselhos práticos para as tropas, Caldwell está construindo um esforço trazido ao público por um predecessor, o general David H. Petraeus, atual comandante das forças americanas no Oriente Médio.

Sob a liderança de Petraeus em Fort Leavenworth, os militares publicaram um manual de campo da contrainsurgência. O livro obteve créditos por ajudar a mudar a guerra no Iraque e acabar o foco do serviço armado em uma guerra convencional de armamentos pesados. Junto à publicação do manual, o exército americano foi forçado a se envolver em uma guerra bagunçada que tem sido a competência central de uma pequena área especial do serviço militar – Forças Especiais do Exército conhecido como Boinas Verdes.

Por THOM SHANKER

Fonte: Último Segundo

4 Comentários

  1. Vão ter mt o q estudar, é tem sorte da china estar com esses problema interno , assim como os Rússos, mt sorte; + morrer mt ocidental, em especial os ianks, antes dessa guerra, assimetrica,acabar.Guerra? Resitência a presença deles. ..

  2. Vão ter mt o q estudar, é tem sorte da china estar com esses problema interno , assim como os Rússos, mt sorte; + morrer mt ocidental, em especial os ianks, antes dessa guerra, assimetrica,acabar.Guerra? Resitência a presença deles. ..

  3. Vão ter mt o q estudar, é tem sorte da china estar com esses problema interno , assim como os Rússos, mt sorte; + morrer mt ocidental, em especial os ianks, antes dessa guerra, assimetrica,acabar.Guerra? Resitência a presença deles. ..

  4. Vão ter mt o q estudar, é tem sorte da china estar com esses problema interno , assim como os Rússos, mt sorte; + morrer mt ocidental, em especial os ianks, antes dessa guerra, assimetrica,acabar.Guerra? Resitência a presença deles. ..

Comentários não permitidos.