NAVIO DE DESEMBARQUE DE DOCA
SOBRE O PROJETO
Completando a frota de navios destinado as funções de guerra anfíbia, serão apresentadas neste artigo, considerações sobre os conceitos do que poderiam vir a ser os futuros Navios de Desembarque de Doca, NDD, da Marinha do Brasil.
Estes navios comumente denominados Landing Plataform Dock, ou simplesmente LPD são embarcações desenvolvidas e otimizadas para a execução de operações anfíbias e para isto, são capacitados ao transporte de tropas, veículos, equipamentos e aeronaves de forma a apoiar todas e quaisquer operações desde uma única plataforma.
Atualmente existem inúmeras novas classes deste tipo de navios, projetos como o Holandês HOTTERDAN, o Norte Americano SAN FRANCISCO, o Inglês da classe ALBION e até mesmo o recém anunciado Type 71 YUZHAO Chinês, são referências no que toca o desenvolvimento deste tipo de navios, os quais tem ganhado mais expressão e adeptos a cada ano que passa.
Marinhas como a da Espanha, Portugal, Malásia, e Coréia estão desenvolvendo e ou adquirindo no mercado, modernos e poderosos navios desta categoria, é possível dizer que o balanço de forças navais anfíbias antes restrita aos EUA e à um punhado de nações Européias poderá sofrer num futuro não muito distante um desequilíbrio tendendo para o eixo do Pacífico e Índico.
Mas não é só do outro lado do mundo que as movimentações apontam para um aumento das frotas destes navios, na América do Sul Venezuela e Chile dão sinais de que em breve esperam contar com navios desta categoria.
Operador de dois navios deste tipo, cujas vidas úteis estão chegando ao fim, é possível imaginar uma substituição a médio prazo, ou seja nos próximos 7 ou 10 anos.
Sobre este tempo especula-se que a Marinha do Brasil poderia adquirir por oportunidade dois exemplares dos estoques da US-NAVY, substituindo assim os vetustos CEARÁ e RIO DE JANEIRO. Se concretizada esta operação a Marinha disporá de navios mais adequados e modernos que os atuais NDD em operação, no entanto, nosso país continuará insistindo na política de aquisição direta de materiais, que embora sejam mais modernos que os nossos, são considerados obsoletos por seus antigos donos.
Fora isto, não haverá ganho algum para a nossa indústria naval cuja capacitação e aperfeiçoamento depende diretamente da manutenção de uma política continuada de desenvolvimento constante, aquisições programadas e continuadas.
Os futuristas NDD da classe SAN ANTONIO são sem dúvida os mais modernos navios desta categoria, furtivos e modernos, estes navios ostentam o estado de arte no desenvolvimento destes navios e se configuram como os navios responsáveis pela supremacia Norte Americana nas operações anfíbias.
Na defesa de um programa continuado e modular tal como o autor propõe no projeto MARINAS DE POSEIDON, acredita-se que nossa indústria se assessorada por conglomerados como a DCNs e THALES NAVAL NETHERLAND poderia desenvolver no nosso país um programa capaz de suprir as necessidades da nossa Marinha.
Pelo fato de ser uma família de navios a qual compartilharia muitos itens em comum este programa seria perfeitamente viável e deveria ser considerado a fundo por nossas autoridades bem como outras alternativas.
Clique nas imagens para ver o LPD San Antonio da US NAvy, arte Turbo Squid.
Sendo assim o Projeto DRAKKAR desenvolverá um hipotético projeto de um navio NDD com capacidades equivalentes ao navio LPD Holandês JOHAN DE WITT, navio de referência o qual dotaria nossa Marinha de uma moderna embarcação que ao exemplo dos antigos DRAKKAR, poderiam transportar pelos mares uma força de elite muito poderosa e dissuasora tal como o é o nosso Corpo de Fuzileiros Navais.
Os NDD são embarcações destinadas a transportar e desembarcar elementos de uma força de desembarque através de helicópteros e por desembarque de veículos anfíbios operados a partir da sua doca.
Estas embarcações são fundamentais para a execução a contento de uma operação de desembarque de forças de fuzileiros, pois assim como os NAA, os NDD congregam variadas funções e são capazes de executar assalto com aeronaves orgânicas, transportar uma gama variada de cargas e tropas em um único navio.
Um bom exemplo para o desenvolvimento de um NDD é a consagrada família ENFORCER da qual poderíamos basear o desenvolvimento dos futuros navios para a Marinha do Brasil, mais especificamente no navio JOHAN DE WITT, o mais recente NDD da Marinha Real Holandesa.
Este navio maior que o seu irmão o pioneiro HOTTERDAM foi desenvolvido para cumprir suas funções bélicas e destinados ao cumprimento de missões humanitárias, em apoio a catástrofes naturais, retirada de civis de regiões conflituosas, transporte de suprimentos entre outras funções.
Devido a todos estes fatores e devido a sua importância estratégica, é de se considerar a possibilidade de nossa Marinha um dia poder vir projetar, construir e operar uma força bem aparelhada deste tipo de navios os quais prestariam serviços ao país em tempo de paz e se constituiriam numa respeitada força de apoio as forças anfíbias.
Como membro de menor dimensões da família de navios proposta apresentada no projeto MARINAS DE POSEIDON, os NDD do projeto DRAKKAR seriam projetados baseando-se nos preceitos de que este tipo de projeto deve trazer ao país consideráveis ganhos de ordem tecnológica e industrial e deve ser uma forma inteligente correta de gerir os recursos humanos e financeiros.
A gestão coordenada de um projeto com 5 variantes de navios baseadas numa única plataforma poderia vir a conceber uma família de navios perfeitamente ajustáveis as necessidades da nossa Marinha dotando-a de meios modernos e adequados as suas necessidade.
Esta iniciativa tornaria o país independente na construção dos sucessores meios navais e proveria a geração de mão de obra especializada em solo Brasileiro.
O aprendizado e desenvolvimento de programas como este transfeririam para a crescente indústria naval recentemente despertada pelo advento da crescente indústria do petróleo que pode dar ao país uma oportunidade de desenvolvimento econômico e tecnológico.
Isto claro dependerá diretamente da capacidade da nossa indústria naval possuir capacidade de desenvolver e construir projetos cujas complexidades exijam a introdução de elevados fatores tecnológicos.
SISTEMAS DE PROPULSÃO
Os NDD, seriam navios menores que as variantes NAA e NCL e seriam concebidos para deslocarem cerca de 18 000 toneladas a uma velocidade de 75 km/h, tal como os demais navios da frota Oceânica. Dada a padronização dos sistemas estes navios compartilhariam com as outras variantes o mesmo sistema propulsor, baseados nas turbinas a gás desenvolvidas a partir de motores aeronáuticos GEnx da General Electric adotados no projetos POSEIDON modificados e produzidos nacionalmente.
O navio seria concebido para ter uma autonomia de 36.000 km a velocidade de 30 km/h.
Como os demais navios variantes, os grupos propulsores do programa DRAKKAR seriam baseados e dois propulsores do tipo AZIPOD.
ESTRUTURA
OS NDD seriam embarcações projetadas para operarem em condições extremas, perto dos litorais ou mesmo em enseadas, baías ou até mesmo operando a partir de rios, estes navios deveriam ter cascos projetados para operar em águas rasas.
O fator velocidade deveria ser considerado dado que é previsível que navios desta categoria operarão demasiado próximos das baterias inimigas as quais progressivamente tem aumentado a tonelagem e o alcance dos mísseis, exigindo uma resposta tecnológica imediata.
A velocidade e a furtividade são parâmetros a serem considerados, pois a possibilidade de trafegar furtivamente e de fugir rapidamente para regiões mais seguras, aumentariam a espectativa de sobrevivência dos NDD.
Um programa como o DRAKKAR, deveria ser pautado pela introdução de sistemas inovadores, alternativos e mais baratos tal como as construções em módulos e seções modulares comuns ao restante da frota anfíbia, isto daria ao navio inúmeras vantagens de ordem econômica e mesmo operacional pois os sistemas vitais seriam padronizados, permitindo assim uma diminuição nas tripulações responsáveis pelas manutenções, desta forma os tripulantes embarcados poderiam ser deslocados de navio a navio, caso necessário fosse executar manutenções e reparos.
A busca pela automação dos sistemas do navio beneficiada pela introdução de sistemas civis, dotaria o navio da capacidade de ser operado por apenas seis tripulantes tal como é possível por exemplo nos BPC franceses.
O uso de práticas e soluções aplicados largamente na indústria civil dinamizariam os serviços e colaborariam para um aumento da automação, reduzindo com isto o número de tripulantes a bordo, sendo assim os NDD do projeto DRAKKAR seriam concebidos para serem operados por uma tripulação de 120 integrantes.
Os navios seriam construídos em diferentes seções as quais albergariam amplos camarotes, salas de jogos, espaços para o lazer e exercício e estações mult midia, seriam adotados sistemas compartilhando as seções comuns e o Layout interno dos navios irmãos do programa TIAMAT.
Os NDD teriam o casco divido em três grandes blocos, funcionalmente divididos. O navio teria 180 m de comprimento, 30 m a menos que seus irmãos maiores, o que corresponderia a supressão de uma seção de 30 m em relação aos TIAMAT, os navios teriam também 36 m de boca tendo o convés 40 m de largura e calado de 8 m.
- INSTALAÇÕES
As principais instalações do navio seriam dispostas na seção da proa, onde estariam alocadas seções habitadas, acomodações para os tripulantes e parte das tropas embarcadas, restaurante, cozinha, salas de lazer, enfermaria e demais dependências.
Abaixo deste ficaria a central de Comando e Controle, e depois dele, as acomodações para os fuzileiros embarcados. Dadas as funções de ajuda humanitária e mesmo em tempo de guerra, estes navios necessitam ser equipados com enfermarias de modo a prestar serviços médicos, embora estas instalações fossem reduzidas em relação aos TIAMAT, estes navios seriam capacitados a executar os socorros básicos e até mesmo cirurgias emergenciais. Para isto os NDD embarcariam um efetivo de médicos, enfermeiros, paramédicos e assistentes provenientes da BRIGADA MÉDICA.
Os NDD seriam aparelhados com uma enfermaria composta por 30 leitos, salão de triagem, centro cirúrgicos, laboratório de exames clínicos, centro de tratamento de queimados, sala de tele cirurgia (vide projeto ASCLÉPIO), equipamento de radiologia e tomografia computadorizada entre outros.
Afora isto, os navios seriam concebidos para transportar 600 fuzileiros completamente armados e preparados para combate, estes seriam acomodados nas duas seções e acomodações dispostas no piso superior e na seção frontal da proa do navio.
- CONVÉS E HANGAR
A seção superior do navio seria constituída pela ponte de comando do navio, acomodações da força de fuzileiros e hangar superior capacitado a receber até 4 helicópteros médios ou 2 helicópteros pesados, nesta seção também estariam acomodadas as salas de briefing e acomodação do Destacamento Aéreo Embarcado.
Concepção do Navio de Desembarque de Doca proposto no projeto DRAKKAR, com esta imagem podemos imaginar as seções internas compostas pelo hangar, Doca ocupada por 2 veículos VDT-60 bem como por veículos blindados e de apoio, ao centro do navio a rampa de embarque lateral que daria acesso aos porões. (Arte-E. M. Pinto).
- DOCA E ARMAZÉM
Logo abaixo do hangar principal, na seção central do navio estariam dispostas as baias de armazenamento onde seriam alocados os veículos e suprimentos que seriam embarcados por meio das duas portas/rampas laterais, as quais seriam dispostas uma a cada lado ao centro do navio, o outro acesso seria feito através do embarque por Hover Craft via doca traseira.
Esta seção acomodaria até 76 veículos de variados tipos entre carros de combate e veículos de apoio.
Na popa do navio ao nível da água se situaria a doca por onde através de uma porta basculante entrariam os dois veículos Hover Craft e até quatro outros veículos de apoio a operações anfíbias.
- CENTRAL DE COMANDO
A ponte de comando do navio seria acomodada na seção frontal da superestrutura, seria composta pelas instalações dos centros de comando, controle e navegabilidade dos navios, bem como o centro de comando de aeronaves não tripuladas.
- DESTACAMENTO AÉREO EMBARCADO
A missão principal dos NDD seria a de efetuar operações de assalto anfíbio.
Para isso os navios seriam capacitados a transportar e lançar grupamentos aéreos compostos por mistos de helicópteros e aeronaves não tripuladas.
Normalmente estes navios seriam aparelhados com dois Helicópteros cargueiros pesados CH-72, ou 4 helicópteros de Manobra MH-24 ou seis helicópteros de ataque escolta e reconhecimento AH-20, ou ainda mistos de helicópteros não tripulados de ataque escolta e reconhecimento ARHD-9 provenientes do Comando Conjunto de Asas Rotativas, C.C.A.R.
SISTEMA ELETRÔNICOS
- COMUNICAÇÕES
Em sintonia com a necessidade de comunicação global, os NDD teriam de possuir capacidade de comunicação por satélites mais seguras. Para tanto os navios seriam dotados de sistemas de comunicação e distribuição de informações partilhadas via transmissão de dados por DATA-LINK.
Os sistemas de comunicação instalados seriam os mesmo adotados nos demais programas apresentados no projeto MAR DE TITÃ os quais tornariam os NDD compatíveis à doutrina de guerra centrada em redes.
- RADARES
Como os demais navios apresentados no programa MAR DE TITÃ, os NDD, seriam dotados do sistema de detecção passiva baseado no sistema SPIDER, o qual o permitiria operar furtivamente em regiões próximas ao fogo inimigo.
O navio partilharia muitos itens em comum com os demais navios da família tal como os sistemas de radares multifuncional operando nas bandas C/D e de busca operando na banda L.
- SONARES
Os navios seriam equipados com um sistema de sonar de banda dupla para navegação e detecção de minas, isto se faz necessário dado que estes navios seriam concebidos para operar em águas rasas, assim deveriam ser capacitados à se defenderem do ataque de minas e mesmo de sabotadores homens rã.
- CONTRA MEDIDAS E SISTEMAS DE DEFESA
Pelo fato de operarem demasiado perto da costa, estes navios seriam expostos ao fogo inimigo sendo assim seria necessário que estes navios fossem protegidos contra os ataques de mísseis e torpedos.
Os navios seriam então equipados com sistemas de contramedidas eletrônicas compostos por Chaff-Flares para Defesas Anti-Aérea e Anti-Submarinas, sistemas detectores de emissões por radar RWR, Infra-Vermelho IV, bem como sistemas de defesa Anti-Torpedo integrados ao sistema de controle e combate para auto-defesa e ataque à superfície processado digitalmente.
SISTEMAS DE ARMAS
- OPERAÇÕES ANFÍBIAS
O comando e apoio e a execução das operações anfíbias, serão as principais missões dos NDD, para tanto estes navios contariam com dois veículos de desembarque sobre colchão de ar do tipo Hover Craft, Veículo de Desembarque de tropas VDT-60.
Os NDD seriam equipados também com quatro embarcações do tipo Fast Combat Boat, bem como dois veículos não tripulados baseados no programa, PROTECTOR, de resgate e de intervenção.
Os NDD seriam desenvolvidos para transportar uma força de elite composta por 600 fuzileiros completamente armados bem como os 76 veículos blindados e de apoio necessários à execução de operações terrestres.
Neste ponto, o autor gostaria de deixar uma sugestão pessoal.
Em sintonia com os recentes avanços e soluções apresentadas recentemente, seria importante também que a ENGEPRON e a Marinha do Brasil acompanhassem de perto os desenvolvimentos navais e avaliassem as suas capacidades e benefícios, um destes projetos que merece destaque é o do Landing Catamaran L-CAT o qual está em desenvolvimento e que apresenta à partida, uma boa alternativa aos veículos Hover Craft, no transporte de suprimentos, veículos e tropas.
- DEFESA ANTI-AÉREA
Dada as suas aptidões, os NDD contariam com capacidade de defesa antiaérea débil em relação aos demais navios da frota. Estes navios seriam equipados apenas com sistemas de defesa de ponto delegada aos dois canhões de 6×30 mm, postos a popa e proa do navio os quais juntamente com 2 lançadores sêxtuplos de mísseis MAAC-30 IV/RD seriam os responsáveis pela defesa à curta distância.
Deve-se levar em consideração a possibilidade de integrar a estes navios, sistemas de lançamento de mísseis de cruzeiro, isto porque estes navios poderiam suprir independentemente o fogo em apoio a infantaria quando em operações de desembarque e ou supressão de defesas.
FICHA TÉCNICA
Tipo: NAVIO DE DESEMBARQUE DE DOCA- NDD
Tripulação: Capacidade máxima, 900, padrão 96 tripulantes + 24 integrantes do grupamento aéreo e 24 integrantes das forças de apoio as operações anfíbias e brigada médica + 600 fuzileiros.
Deslocamento: 18 000 toneladas.
Comprimento: 180 m.
Calado: 8 m
Boca: 36 m.
Largura do convés: 40 m.
Propulsão: 2 Turbina a gás GENERAL ELECTRIC GENX-BR.
Autonomia: 36 000 km .
Sensores: Sistema de radar meteorológico e sistema de busca de superfície e sistemas de contra-medidas eletrônicas, RWR, detectores de Infra-vermelho e 4 sistemas de disparo de chaff/flares..
Armamento: 2 baterias de canhões 6×30 mm com cadência de tiro de 6 000 projéteis por minuto e alcance máximo 6 km, 2 lançadores sêxtuplos de mísseis MAC-30-IV/RD e ou 16 mísseis de médio alcance MDAM-120.
Grupo aéreo embarcado: 02 helicópteros pesados CH-72, ou 06 helicópteros de assalto MH-24, ou 06 helicópteros de ataque AH-20, em ocasiões especiais até 06 aeronaves não tripuladas ARH-9.
Embarcações de apoio: 2 veículos Hover-craft VDT-60 de transporte e apoio logístico, 4 barcos de apoio e vigilância BP-120 e até 2 embarcações não tripuladas de patrulha e busca ENTP-01.
É uma ótima alternativa para o máximo poder combatente naval. Uma solução imediata as missões, levando em consideração a idade de nossos navios. Seria o ínicio de uma nova era naval!
o brasil tem comdiçao de ter uma marinha moderna pq nosso pib e o maior da america do sul teriamos condiçao ter uma frota enorme e ter varios investimento na area de desenvolvimento na fabricaçao de missies
I really appreciate this post.I have been looking everywhere for this! Thank goodness I found it on Bing.You have made my day! Thanks again