Manuel Alcántara Sáez
Falar de ciclos e agrupar os países em áreas geográficas é um recurso muito comum para um melhor conhecimento da realidade, embora isso oculte a imprecisão das datas e a heterogeneidade regional. Sob essa premissa, a América Latina, um conjunto de países extremamente diversos, em 2014 realizou oito eleições presidenciais, culminando um ciclo político que havia começado a ser articulado uma década antes.
Esses processos eleitorais tiveram como denominador comum a continuidade dos Governos existentes, revalidados pelos eleitorados. Somente na Costa Rica e no Panamá houve mudança ao chegarem ao poder fórmulas políticas novas, enquanto na Bolívia, Brasil e Colômbia os presidentes foram reeleitos e em El Salvador e no Uruguai os partidos governistas se mantiveram no poder. No Chile, por sua vez, houve uma espécie de “continuísmo interrompido”.
Ao longo da década, no panorama político latino-americano houve um alto grau de permanência presidencial com o congelamento de nomes que fizeram com que as fotos das cúpulas presidenciais apresentassem diferenças mínimas em sua composição. Isso pode ser explicado fundamentalmente por quatro motivos.
Em primeiro lugar, esse período coincide com a década ganha em termos econômicos para a América Latina, que a grande crise financeira mundial apenas golpeou de fato unicamente em 2009. O incremento da demanda de matérias-primas (minerais e agrícolas), a elevação de seus preços (sobretudo o do petróleo) e ter realizado antes reformas estruturais, contando com um setor financeiro já saneado, permitiram superávits fiscais com os quais foram realizadas amplas políticas de gasto público, com especial atenção a seu conteúdo social.
Como segunda razão, o presidencialismo reinante desde 1994 ampliou sua força por meio de mudanças constitucionais que trouxeram consigo a possibilidade da reeleição. Dentre os grandes países, somente o México persiste na expressa proibição permanente da reeleição presidencial.
Um terceiro motivo tem a ver com os partidos que se encontram imersos em um sério processo de desinstitucionalização, o qual tem, como contrapartida, o fato de a política seguir um padrão no qual os candidatos se impõem aos partidos. Isso é especialmente óbvio no mundo andino, sem deixar de lado Guatemala, Panamá e Paraguai e em alguns casos brasileiros.
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Muitos continuam olhando para outro lado quando se trata de começar reformas fiscais
Em último lugar, não se deve desconsiderar que a América Latina está vivendo uma época política como nunca antes em sua história. Desde a década de 1980, na média geral, de modo contínuo e afetando todos os países, com exceção de Cuba, a região vive um momento no qual a democracia é a única legitimidade plausível. Seus governantes são eleitos mediante processos eleitorais periódicos, livres e competitivos, cujos resultados são aceitos em grande medida pelos eleitores e por instâncias de observação internacional independentes. Essa circunstância permite falar de ondas geracionais que se ajustam aos ciclos demográficos das sociedades. Pois bem, por razões vegetativas um ciclo geracional está em vias de dar passagem a um novo.
Nesse cenário, 2015 é um ano de transição. Somente na sua reta final Argentina e Guatemala terão eleições presidenciais, e El Salvador, México e Venezuela, legislativas. Isso não significa que não se deva prestar atenção a temas que são de especial interesse para a política enfrentar, e que até o momento foram em grande medida ignorados.
O quadrado que abrange tanto as principais preocupações da opinião pública como as conclusões dos analistas de organizações internacionais e de acadêmicos está formado pela corrupção, desigualdade, pobreza e violência. Seu caráter sistêmico requer que sua complexidade deva ser abordada mediante instrumentos que vêm sendo discutidos há anos. A própria estabilidade da região e sua experiência das últimas três décadas permite agora mais do que nunca pô-los em marcha. Considero especialmente três.
Muitos países latino-americanos continuam obstinadamente olhando para o outro lado quando se trata de pôr em marcha reformas fiscais que incrementem a arrecadação taxando de forma significativa os rendimentos mais elevados. Isso traria consigo não só o avanço na adoção de políticas redistributivas como sustentaria estruturas mínimas de Estado que continuam ausentes, e que vão desde ter uma administração pública recrutada profissionalmente segundo critérios de independência, mérito e competência até lograr o monopólio da violência legítima, sem deixar de lado sua liderança fundamental em questões do bem-estar onde a educação ocupa um lugar estelar. Finalmente, é a hora de formatar grandes pactos de Estado nos quais caibam não só as forças políticas, mas setores sociais e econômicos minimamente representativos.
o último paragrafo o autor literalmente cobrou um “estado de bem-estar social” para a AL nos próximos anos. mt provavelmente pq ele conhece pouco de nós. oq posso dizer, é oq venho dizendo desde o começo do ano: o populismo só dura + 4 anos por aqui.
Há!… se o El Pais olhasse mais para a Espanha, talvez seu país não estivesse mergulhado na merda que está com tanta sabedoria se perdendo olhando para os rincões da América.
el pais , ridículo o podemos esta esfregando na cara deles e eles falando que vai acabar aqui na américa latina
,mas todos lideres latinos se elegeram novamente
so falta a argentina
essa ultima que também sofre com a imprensa entreguistas correndo contra a própria nação e para tirar de qualquer jeito o partido governante da disputa
como todos se elegeram novamente so faltando a argentina acho que a matéria tem muito mais fantasia que realidade
quando eles falam américa latina extremamente diversos rsrs
e por fim o único acerto do texto é quando eles falam em taxar as fortunas , mas nem na espanha fizeram isso ainda mesmo estando nessa crise que se encontram
então vota no podemos para ver se muda pois ate agora esses partidos de direita e esquerda que vocês tiveram ai na espanha não deram conta do recado e não taxaram fortuna nenhuma igual aque elss querem que a américa latina faça
mas também pudera os políticos vários deles são donos das grandes fortunas e das concessões de tvs , eles são os últimos a querer mudar isso ,
e quando eles não são os políticos abastados eles são os políticos financiados e isso não é somente na américa latina ou na espanha é um problema mundial nisso o Obama esta correto .mas também não vai conseguir mudar nada la no congresso lobista e abastado dos norte americanos
a cultura latina é quase a mesma ,so um idiota espanhol que perdeu a noção e sua própria latinidade escreveria tantas bobagens
e quando ele fala que no chile teve um continuísmo interrompido ,quem perdeu foi logo quem não era muito afinado aos outros latinos ate a colombia tenta fazer as pazes com a guerrilha para poder se alavancar melhor no senário latino
A uns poucos anos atrás a Espanha, bem como Portugal, eram vistos com o mesmo preconceito, com que eles nos olham hoje, pela Europa. Sempre foram considerados pelos teutos, francos e anglo saxões com desprezo e considerados paises do submundo Europeus. Foram, são e serão sempre carregados por países Europeus com cultura mais sofisticada e encarados como um ônus, um carma que tem de carregar pela necessidade de integrar territorios para firmar pontes de segurança. Nada mais que sua localização geografica é a responsável por lhes assegurar hoje essa arrogancia. Essa, e não outras qualidades foi o seu ganho de loteria.
meu truta foi trabalhar em Portugal e ele disse que gostava mais de cruzar as fronteiras e ir curtir na espanha e voltada para trabalhar em Portugal
ele particularmente acho os espanhóis mais gente fina que os portugueses
rs
agora esse jornal el pais e o governo espanhol aquele que fez aquela palhaçada nos aeroportos de la contra os brasileiros estão engolindo a seco !!!
por isso desconfio dessas matérias desses jornais espanhóis invejosos rsrs
Aqui no Brasil o negócio balançou feio, só não cai porque a democracia vai continuar sendo respeitada.
Mas a verdade é a seguinte , balangando aqui- balanga lá, nem precisa golpe nenhum, esses bichos conspiram contra eles próprios, é só dar liberdade (corda).
Experimentem o golpe! Fizeram isso na Venezuela e tomaram uma ré gigante.
A democracia está firme e forte meu caro, o estado democrático de direito é o o que povo quer sejam da situação ou oposição, não inventa e nem se coloque de vítima :
“””…nem precisa golpe nenhum, esses bichos conspiram contra eles próprios, é só dar liberdade (corda).”””