A Força Aérea da Índia aprovou a incorporação de três esquadrões do sistema de mísseis superfície-ar de reação rápida QRSAM, também denominado Anant Shastra, em um movimento que reforçará a proteção de bases aéreas estratégicas e ampliará a capacidade de defesa contra ameaças aéreas de curto alcance. A decisão vem após a emissão de um Request for Proposal (RFP) e faz parte de um programa mais amplo que prevê a aquisição de até 11 regimentos do sistema no futuro.
O contrato estimado gira em torno de ₹ 30.000 crore e será implementado em parceria com a Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa (DRDO) e as estatais Bharat Electronics Limited (BEL) e Bharat Dynamics Limited (BDL). O sistema é montado sobre veículos 8×8 de alta mobilidade, fabricados pela Ashok Leyland, permitindo deslocamento rápido, disparo após paradas curtas e emprego em ambientes operacionais de elevada mobilidade.
O QRSAM possui alcance de até 30 quilômetros, altitude operacional entre 6 e 10 quilômetros e é projetado para engajar múltiplas ameaças aéreas, incluindo aeronaves, helicópteros, drones e munições de patrulha. Seu conjunto de radares inclui o Battery Surveillance Radar (BSR) e o Battery Multifunction Radar (BMFR), ambos capazes de operar em 360 graus com recursos de contra contramedidas eletrônicas. O míssil, de estágio único e propulsão sólida, conta com navegação inercial, enlace de dados bidirecional e buscador ativo de radar na fase terminal, além de espoleta de proximidade a laser, o que aumenta sua resistência contra interferência eletrônica e amplia a precisão do engajamento.
A introdução do sistema responde a lacunas identificadas em operações recentes, como a Operation Sindoor, conduzida em maio de 2025 contra o Paquistão, na qual foram observadas vulnerabilidades diante do emprego intensivo de drones e munições de ataque em baixa altitude. A adoção do QRSAM busca fortalecer a defesa aérea em camadas, atuando como elemento intermediário entre sistemas de muito curto alcance e plataformas de médio e longo alcance já em serviço, como o Akash e o S-400.
Segundo fontes do setor de defesa, os três primeiros esquadrões deverão ser alocados em áreas de elevada prioridade estratégica, com foco na proteção de bases aéreas em regiões de fronteira, enquanto o cronograma de produção prevê entregas escalonadas ao longo dos próximos anos. No longo prazo, a meta do Exército indiano é a formação de até 11 regimentos completos, consolidando o QRSAM como um dos pilares centrais da defesa aérea do país.