A Jordânia avalia a compra de caças Dassault Rafale F4 como parte de um plano de modernização da Força Aérea Real Jordana (RJAF), que já inclui a incorporação de 12 F-16V Block 70/72 adquiridos dos Estados Unidos. A possível negociação com a França busca ampliar as capacidades operacionais e reduzir a dependência de um único fornecedor internacional.
A Força Aérea Real Jordana iniciou um processo de renovação de sua frota de combate em 2022, quando firmou um contrato para a aquisição de 12 caças F-16V Block 70/72, com opção para mais quatro unidades. O novo lote substituirá parte dos 53 F-16A/B modernizados segundo o padrão Mid-Life Update (MLU), atualmente em operação.
Embora a encomenda de F-16V represente um avanço tecnológico, o número de aeronaves é considerado insuficiente para atender ao efetivo operacional ideal estimado pela Jordânia, entre 45 e 50 caças. Por esse motivo, o governo jordaniano analisa a possibilidade de complementar sua frota com caças Rafale F4 de fabricação francesa, ampliando a capacidade de combate e diversificando as origens de seus equipamentos militares.
O Rafale F4 é uma versão de última geração do caça multirole francês, desenvolvido pela Dassault Aviation. A aeronave incorpora radar AESA Thales RBE2, suíte de guerra eletrônica SPECTRA, compatibilidade com mísseis ar-ar MICA NG e Meteor, além de armamentos de ataque de longo alcance, como o míssil de cruzeiro SCALP-EG. O caça também é projetado para missões de superioridade aérea, ataque terrestre, reconhecimento e operações marítimas, o que o torna uma plataforma versátil para forças aéreas de médio porte.
A análise da possível compra ocorre em um momento de aproximação diplomática entre Amã e Paris. Autoridades francesas realizaram visitas oficiais à Jordânia em outubro de 2025, discutindo cooperação em defesa e segurança regional. Essa convergência política pode facilitar um eventual acordo com a Dassault Aviation, especialmente em um contexto de busca jordaniana por maior autonomia estratégica frente aos Estados Unidos.
Nos bastidores, especula-se que o número de Rafales considerados para aquisição varie entre 12 e 24 unidades. Caso o contrato avance, a Jordânia poderia integrar parte da infraestrutura francesa já existente no país, aproveitando o suporte técnico e logístico oferecido por empresas francesas que atuam na região.
Enquanto isso, a chegada dos F-16V deve representar um salto tecnológico significativo para a RJAF. O novo modelo é equipado com radar AESA AN/APG-83, novos computadores de missão, cockpit digital e compatibilidade com armamentos guiados de precisão. Essas melhorias colocam a frota jordaniana em um patamar semelhante ao de aliados regionais como Bahrein e Marrocos, que também adquiriram versões atualizadas do caça norte-americano.
Atualmente, a Força Aérea Real Jordana mantém uma estrutura diversificada de aeronaves, que inclui helicópteros de ataque AH-1F Cobra, aviões de transporte C-130H Hercules, aeronaves de treinamento Pilatus PC-21 e caças leves Northrop F-5 Tiger. Para missões de transporte e evacuação, opera ainda helicópteros UH-60 Black Hawk.
Se confirmada, a compra do Rafale F4 marcaria o retorno de caças franceses ao serviço jordaniano após a aposentadoria dos Mirage F1CJ/EJ e F1BJ. Além de ampliar a capacidade de dissuasão aérea do país, a decisão reforçaria a estratégia de diversificação de fornecedores adotada por Amã, em um cenário regional caracterizado por crescente competição tecnológica e militar no Oriente Médio.