O programa de modernização da frota de helicópteros da Romênia encontra-se paralisado devido ao impasse entre o Ministério da Defesa e a Airbus Helicopters. A empresa insiste em licenciar a produção do modelo H215M, enquanto o Exército romeno busca o helicóptero mais moderno H225M, já em uso por aliados da OTAN
A renovação da frota de helicópteros das Forças Armadas da Romênia foi interrompida após divergências entre o governo e a Airbus quanto ao modelo a ser produzido localmente. O Ministério da Defesa Nacional deseja adquirir o H225M, também conhecido como EC725 Caracal, enquanto a Airbus mantém a oferta de licenciamento apenas para o H215M, uma variante anterior da mesma família.
O impasse ocorre no momento em que os helicópteros IAR-330 Puma, fabricados sob licença francesa e em operação desde a Guerra Fria, se aproximam do fim de sua vida útil. O H225M é considerado pela Romênia uma opção mais adequada às suas necessidades, por combinar maior capacidade de transporte, alcance ampliado e integração com sistemas de armas modernos compatíveis com padrões da OTAN.

O modelo H225M tem peso máximo de decolagem de 11 toneladas e pode transportar até 28 soldados, em comparação com 9 toneladas e 24 soldados do H215M. Ele também oferece maior capacidade de carga útil — 5,25 toneladas contra 4,25 toneladas — e utiliza motores Makila 2A de 1.800 kW, mais potentes que os Makila 1A do H215M. O helicóptero pode ainda ser equipado com o sistema de gerenciamento de armas HForce, que permite o uso de mísseis ar-solo guiados com precisão.
A Airbus Helicopters Romania, sediada em Brașov, é uma joint venture composta pela Airbus (60%) e pela fabricante local Industria Aeronautică Română (IAR). A empresa já produziu cerca de 360 aeronaves sob licença francesa, incluindo as séries Alouette III e Puma.
Um acordo firmado em 2017 previa o início da produção do H215M em Brașov, mas o projeto não avançou devido à resistência do Exército romeno, que considera o H225M mais alinhado aos requisitos operacionais modernos e às metas de interoperabilidade com aliados da OTAN.
O impasse mantém paralisado um dos principais programas de modernização das forças armadas romenas e expõe divergências estratégicas entre as prioridades militares do país e os interesses industriais da Airbus na Europa Oriental.



