Autor: Linequer Santos
Edição: E.M.Pinto
O Khayber Shakhan é um míssil balístico de médio alcance (MRBM) que reflete a evolução da engenharia militar iraniana. Parte da terceira geração de mísseis desenvolvidos pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, o Khayber Shakhan incorpora melhorias significativas que o tornam uma arma estratégica para o Irã.

O Khayber Shakhan: um exemplo da evolução dos mísseis balísticos de médio alcance na terceira geração
Um dos principais avanços desse míssil é o uso de combustível sólido, que proporciona maior estabilidade e tempo de armazenamento, além de permitir um rápido lançamento. Outra característica importante é sua capacidade de manobrar durante a fase final de voo, o que o ajuda a escapar de sistemas antimísseis inimigos, aumentando sua eficácia em missões de ataque. De acordo com a mídia iraniana, vídeos relacionados à Operação Promessa Verdadeira 2 sugerem que o Khayber Shakhan foi empregado, destacando a capacidade do míssil em atingir seus alvos com precisão.

As MARVs (Maneuverable Reentry Vehicles) representam um avanço significativo na tecnologia de mísseis, permitindo que ogivas manobrem durante a reentrada na atmosfera, aumentando a precisão e a capacidade de evitar sistemas de defesa inimigos.

Exemplo de manobra do sistema de reentrada, note a capacidade da Marv de manobrar modificando sua trajetória em alta velocidade
A arquitetura desse míssil facilita sua mobilidade e armazenamento, especialmente em bases subterrâneas. Um dos elementos mais inovadores é a ogiva manobrável (MaRV), que ajusta sua trajetória ao reentrar na atmosfera, reduzindo a velocidade e a energia cinética, permitindo manobras complexas e aumentando as chances de evitar interceptações. Graças a essas capacidades, o míssil pode atingir seu alvo com menor evidência de queima ou derretimento da ogiva, o que dificulta a sua detecção pelos sistemas de defesa inimigos.

Cargas úteis versáteis: o Khayber Shakhan pode ser equipado com ogivas convencionais ou nucleares.
Durante a fase de subida, antes de sair da atmosfera, o Khayber Shakhan atinge uma velocidade entre Mach 4 e Mach 5, o que minimiza os efeitos do arrasto. No momento do impacto, sua ogiva pode atingir velocidades de até Mach 3, o que reforça seu poder destrutivo.

Com um alcance de até 1.500 km, o Khayber Shakhan reforça a capacidade de defesa nacional.
Em termos operacionais, o Khayber Shakhan foi utilizado pela primeira vez em 16 de janeiro de 2024, em um ataque contra uma sede do ISIS em Idlib, na Síria. Quatro mísseis foram lançados a partir da província iraniana do Khuzistão, percorrendo uma distância de 1.200 km até o alvo, o que demonstra sua considerável capacidade de alcance.

Versatilidade em movimento: o sistema de lançamento ereto montado em um caminhão leve combina mobilidade e poder de fogo, permitindo lançamentos rápidos e estratégicos em qualquer terreno.
Características | Especificações |
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Nome | Khayber Shakhan |
Tipo | Míssil balístico de médio alcance |
Geração | Terceira geração |
Alcance | Aproximadamente 1.000 – 1.500 km |
Tipo de Combustível | Combustível líquido ou sólido |
Carga útil | 500 kg a 1.000 kg (varia conforme o tipo) |
Tipo de Ogiva | Convencional ou nuclear |
Precisão (CEP) | Menos de 1000 metros |
Sistema de Guiagem | Inercial com atualizações por GPS |
Lançamento | Lançamento de silo ou veículo móvel |
Fabricante | Irã (desenvolvido pela Força Aeroespacial do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica) |
Especificações Técnicas do Khayber Shakhan:
- Peso: 4,5 toneladas (incluindo uma ogiva de 500 kg)
- Comprimento: 10,5 metros
- Alcance Máximo: 1.450 km
Combinando inovação tecnológica com capacidades de longo alcance, o Khayber Shakhan destaca-se como uma peça-chave no arsenal balístico iraniano, com potencial de mudar a dinâmica em cenários de conflito no Oriente Médio.
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Sobre o Autor:
Ex-militar do Exército Brasileiro especialista em Logística e Explosivos, é Biólogo Licenciado e Graduado pelo Centro Universitário São Lucas de Porto Velho (Rondônia), graduando em História pela Universidade da Amazônia (UNAMA) e em Física pelo Centro Universitário de João Pessoa (UNIPE). É pesquisador do idioma Persa e do processo revolucionário nos países do Mundo Islâmico e do Oriente Médio. É analista e colaborador do site Plano Brazil, Arte da Guerra e Falando de Guerra e Apresentador do Canal Flecha Mura.
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