Aliança do Pacífico incorpora mais quatro países

A Aliança do Pacífico fechou um círculo e entrou em uma nova etapa impulsionada por duas ambições: a integração entre os países latino-americanos e a expansão para novos mercados.

O organismo de cooperação comercial criado em 2011 por México, Colômbia, Peru e Chile encerrou nesta sexta-feira em Cali (Colômbia) uma reunião que visava a responder a alguns dos principais desafios econômicos da região.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que assumiu pro tempore o comando da organização, confirmou a iminente incorporação, como parceiros, de países como Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Cingapura.

Os trâmites para isso terão início, oficialmente, em setembro. De todo modo, o importante, para a aliança, é a perspectiva que se abre, já que os acordos contemplam a livre circulação de bens e serviços e facilidades para a mobilidade dos cidadãos.

Santos e seus homólogos –o mexicano Enrique Peña Nieto, o peruano Pedro Pablo Kuczynski e a chilena Michelle Bachelet—assinaram uma declaração conjunta em que se destaca o “firme propósito de reforçar a integração da América Latina” e a prioridade dada ao “fortalecimento do espaço de cooperação em setores de interesse comum e aproximação que se obteve com a organização Ásia-Pacífico”. Este último era um dos objetivos do encontro.

A Aliança do Pacífico ainda aguarda as consequências da gestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em questões comerciais. Ao mesmo tempo, observa com expectativa os movimentos dos mercados asiáticos, em especial a China.

Além disso, os países membros procuraram se apresentar como uma garantia de estabilidade para a região. Essa é uma das condições para o aumento do investimento estrangeiro, que segundo os mandatários do organismo está estreitamente relacionado com o crescimento. Kuczynski salientou que, para passar de um PIB de 8% para um de 10% ou 12%, a América Latina precisa “mudar um pouco as coisas”.

Participaram do encontro cerca de 500 empresários de diferentes setores, que expuseram suas preocupações e formularam as suas sugestões aos países membros. A colaboração no âmbito privado é, com efeito, um dos eixos em torno dos quais se decidirá o futuro da Aliança do Pacífico nessa nova fase.

Dentre os acordos concretos firmados durante a reunião, está a concretização de um convênio que extingue a dupla tributação dos fundos de pensão privados nos Estados membros e define o tratamento fiscal dado a essas receitas.

Além disso, México, Colômbia, Peru e Chile deram os primeiros passos rumo à criação de um fundo comum para financiamento de infraestrutura. O intercâmbio de serviços, o turismo sustentável e o lançamento de uma agenda digital regional foram outros itens abordados no encontro, acima do qual pairou também a sombra da grave crise que atinge a Venezuela. No entanto, à exceção de algumas observações pontuais da chanceler colombiana, María Ángela Holguín, e do presidente do Peru, não houve pronunciamentos oficiais.

FRANCESCO MANETTO

Foto: LEONARDO MUÑOZ / EFE – A presidente do Chile Michelle Bachelet, o da Colômbia Juan Manuel Santos, o mexicano Enrique Peña Nieto, e o peruano Pedro Pablo Kuczynski, posam no encerramento da reunião da Aliança do Pacífico. 

Fonte: El País

 

7 Comentários

  1. Há um projeto em andamento, de uma ferrovia que ligará o BRASIL a portos do Pacífico,se não me engano portos peruanos, bancado por chineses que pode nos enserir nos mercados da Aliança do Pacífico.

  2. Só aqueles que não estão livres como nós, amarrados a políticas não pragmáticas de servir a ideologias ao invés de ser mais um agente participativo na busca da prosperidade e desenvolvimento do mundo é que sabe o que é ficar vendo os outros acelerarem enquanto a disputa política interna mantém o nosso freio de mão do desenvolvimento puxado pela eternidade, empobrecendo-nos e atrasando-nos tecnologicamente. Até quando ficaremos atrelado a quem desvaloriza o que é sabidamente bom e proveitoso em nome de falsas premissas que não tem mais lugar no mundo atual?

    • Enquanto perdíamos tempo e recursos com bolivarianos sem futuro, eles costuraram essa aliança.

      A esquerdização do mercosul afastou o Chile.

  3. Concordo. O Brasil deveria exercitar seu pragmatismo e solicitar, pelo menos, o status de observador neste bloco. É o primeiro passo.
    Óbvio que os integrantes do Mercosul vão subir nos tamancos e reclamar. Deixe-os. São eles que, por anos, tem impedido um acordo de comércio com a UE.

  4. ………….o Trump apos eleger-se detonou três tratados ….primeiro a Otan onde argumentou logo que cada país sócio “aumentasse” suas próprias despesas com armas ao invés de esperar de pires na mão pelos EU….segundo os membros do NAFTA teriam que renegociar suas relações e terceiro saiu de mala e cuia da Parceria Trans- Pacifico ( patrocinada por seu antecessor Obama)…..agora surge essa nova parceria latino-americana que fala que quer novos mercados no Oriente,porém o que quer mesmo é entupir a China de commodities….de todos o mais lúcido é o Kuczyinski o qual já amarrou acordo com o Evo Morales para uma ferrovia Transoceanica que unirá o Perú ao Brasil através da Bolívia (financiamento da Alemanha e da Suíça) e alugará o porto de Ilo aos bolivianos substituindo o porto de Arica no Chile onde as condições para embarque de mercadorias desse país ao exterior serão melhores…………

  5. ………………dos quatro aí da foto penso que o mais lúcido seja o Kuscyinski …. já assinou com o Evo Morales o acôrdo do trem Transoceânico a ser financiado pela Alemanha e Suíça e tbm vai alugar um pedaço do porto de Ilo para embarque de exportações bolivianas para portos asiáticos já que as relações políticas entre Bolívia e Chile estão muito pesadas por razáo do julgamento na côrte de Haia da causa marítima mantida pela Bolívia contra o Chile e tal que já não dá para continuar embarcando pelos portos chilenos de Arica e Antofagasta…..voltando à ferrovia Transoceânica, ela sairá do porto peruano de Ilo passará por LaPaz e Santa Cruz de la Sierra e chegará a Puerto Suárez onde entra no Brasil por São Paulo e termina no porto de Santos…em outras palavras peruanos e bolivianos poderão exportar pelo tbm pelo oceano Atlântico para Europa e África……

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