China pode tornar-se o principal parceiro da Rússia em cooperação espacial no lugar dos EUA

Nos últimos dias, altos dirigentes russos fizeram toda uma série de declarações sobre as perspetivas do relançamento da cooperação com a China no espaço.

Essa cooperação atingiu dimensões significativas nos finais dos anos de 1990 e início dos anos de 2000, mas, depois, começou a diminuir. Nas novas condições políticas, a China pode tornar-se o principal parceiro da Rússia no espaço no lugar dos EUA.

Nomeadamente, o vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Rogozin, declarou, no fórum Technoprom em Novossibirsk, que os sistemas de navegação globais da Rússia e da China poderão, no futuro, tornar-se o mais forte concorrente de qualquer outro sistema. Antes, Dmitri Rogozin, que dirige, no governo, o complexo militar-industrial, anunciou a intenção de realizar conversações com a China sobre a cooperação na esfera da cosmonáutica pilotada e das investigações conjuntas dos planetas do sistema solar.

A 16 de maio, no encontro dos ministros do Comércio do fórum de Cooperação da Região Ásia-Pacífico em Qingdao, Alexei Ulyukaev, ministro do Desenvolvimento Económico da Rússia, e Gao Hucheng, ministro do Comércio da China acordaram criar um grupo de trabalho conjunto na esfera do Espaço, que, nomeadamente, se irá dedicar às questões da cooperação na esfera da navegação. No período mais ativo do desenvolvimento da cooperação espacial russo-chinesa, a Rússia entregou à China grande quantidade de materiais e tecnologias, ligados à construção do foguetão espacial pilotado, do escafandro espacial, ao método de preparação de astronautas e sobre outras questões. Posteriormente, as partes interagiram nas questões do estudo dos planetas do Sistema Solar, mas, à medida que aumentou o potencial do ramo espacial chinês, as envergaduras dos projetos conjuntos diminuíram.

Atualmente, a Rússia continua a realizar para a China um grande número de trabalhos científicos na esfera das tecnologias espaciais. Ao mesmo tempo, é evidente que, no período pós-soviético, a Rússia reduziu ao mínimo a sua atividade científica no espaço, limitando-se aos programas pilotados, aos lançamentos de satélites militares e comerciais. A Rússia continua a ocupar o primeiro lugar no mundo quanto à quantidade de aparelhos espaciais enviados para a órbita, a sua experiência na esfera de sistemas pilotados não tem análogos. Mas ela atrasou-se seriamente na esfera da utilização comercial de tecnologias espaciais e no campo da construção de aparelhos espaciais de investigação.

A Rússia e a China têm todos os fundamentos para a passagem para uma cooperação estreita a longo prazo no espaço, incluindo a cosmonáutica pilotada, o que permitirá utilizar ao máximo as vantagens de concorrência de cada uma das partes. Além disso, semelhante cooperação poderia abarcar também os estudos militares. Em princípio, a China está interessada nas tecnologias russas dos reatores atômicos espaciais, que são úteis para os satélites de espionagem por rádio. A Rússia tem também experiência na construção do sistema de prevenção de ataques de mísseis através de componentes terrestres e espaciais. Semelhante experiência poderia ser interessante para a China. Por outro lado, a China, atualmente, subiu a posições de líder na criação de armas anti-satélite, o que não pode deixar de provocar um profundo interesse.

Fonte: Voz da Rússia

2 Comentários

  1. Sei lá, quando o assunto é ciência eu não boto muita fé nos chineses ainda, não vejo neles o ímpeto ou a disposição pra investir muito pesado no assunto. Eles ainda tem que comer muito feijão ainda pra chegar lá no nivel da Europa e dos EUA, ou mesmo dos soviéticos. Não parecem muito interessados por física teórica, a produção deles é bem fraquinha ainda.

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