A Força Aérea Sueca recebeu em 20 de outubro o primeiro caça Gripen E/F, a primeira das 60 aeronaves planejadas, na base da Ala Skaraborg, no centro-sul da Suécia.
O Gripen E/F marca a modernização da frota sueca, substituindo gradualmente os caças Gripen C/D, que enfrentam problemas de obsolescência, incluindo radares mecanicamente escaneados com desempenho limitado e alta vulnerabilidade a interferências eletrônicas. O comando da Ala Skaraborg destacou que a unidade tem papel central no desenvolvimento e integração de aeronaves de combate suecas.
O caça está equipado com motor F414, oferecendo maior potência e eficiência, ampliando o alcance operacional e melhorando o desempenho em voo. A aeronave integra o radar Raven ES-05 de matriz escaneada eletronicamente ativo, com capacidade superior às variantes anteriores, embora ainda inferior aos radares de caças de quinta geração, como o AN/APG-85 do F-35. O Gripen E/F também suporta sistemas de guerra eletrônica avançados e mísseis ar-ar de longo alcance Meteor, substituindo os AIM-120C das versões antigas.
A aquisição doméstica do Gripen E/F avançou lentamente, em contraste com exportações anteriores para o Brasil, que recebeu suas primeiras unidades em 2020. Especialistas observam que esta abordagem é incomum entre produtores de caças, que normalmente priorizam o reforço da frota nacional antes de vendas externas. A decisão sueca é comparável apenas à prática da Rússia nos anos 1990 e 2000, quando novas aeronaves eram direcionadas primeiramente para exportação devido a restrições orçamentárias.
Embora represente um avanço em relação ao Gripen C/D, o Gripen E/F ainda apresenta limitações, principalmente devido ao radar de tamanho relativamente pequeno, que restringe a consciência situacional em combates de longa distância e aumenta a dependência de aeronaves de apoio, como o E-7 AEW&C, para detecção e rastreamento de alvos. Comparado a caças pesados como o russo Su-30SM2 e o chinês J-16, o Gripen transporta um radar significativamente menor, limitando a capacidade de engajamento sem auxílio externo.
O caça sueco enfrenta forte concorrência no mercado internacional, tendo perdido repetidamente para o F-35 em licitações. A SAAB destaca como vantagens do Gripen E/F o baixo peso, custos operacionais e de manutenção reduzidos e altas taxas de disponibilidade, frequentemente próximas a 100%, enquanto operadores do F-35 enfrentam desafios de manutenção e disponibilidade abaixo de 55%.
Enquanto Estados Unidos, China e, em menor escala, Rússia expandem rapidamente suas frotas de caças de quinta geração, a Suécia inicia apenas agora a transição para aeronaves 4+, com previsão de completar a entrega das 60 unidades planejadas nos próximos anos. O programa também inclui atualização contínua de sensores, armamentos e sistemas eletrônicos, com foco em interoperabilidade com parceiros da OTAN e capacidade de operação em cenários de guerra eletrônica intensiva.
