Daca e Ancara iniciaram negociações avançadas para a aquisição de seis helicópteros de ataque T129 ATAK fabricados pela Turquia, como parte da modernização militar de Bangladesh no âmbito do programa Forces Goal 2030.

Bangladesh está em estágio avançado de conversações com a Turquia para adquirir seis unidades do helicóptero de ataque T129 ATAK. A negociação faz parte do plano Forces Goal 2030, iniciado em 2009 e revisado em 2017, que visa modernizar as Forças Armadas bengalesas em todos os domínios — terrestre, naval e aéreo.

A compra dos T129 servirá para ampliar as capacidades da Força Aérea de Bangladesh em apoio aéreo aproximado, reconhecimento armado e combate anti-blindagem, com foco especial em áreas como as colinas de Chittagong e a fronteira leste com Mianmar. O T129 ATAK é um helicóptero bimotor, assento tandem, desenvolvido pela Turkish Aerospace Industries (TAI) em parceria com a italiana Leonardo, adaptado para ambientes “quente-alto”. Entre suas especificações estão velocidade de cruzeiro de aproximadamente 281 km/h, raio de combate estimado em 537 km e teto de serviço de 4.572 metros. A suíte de armamentos inclui canhão de 20 mm, foguetes de 70 mm e mísseis antitanque como o UMTAS turco e o Spike-ER israelense.

Além desse possível contrato, Bangladesh já adquiriu drones Bayraktar TB2, sistemas de foguetes Roketsan TRG-300 Kaplan e artilharia leve MKE Boran, todos de origem turca, mostrando uma crescente diversificação de fornecedores. A proposta turca a Bangladesh inclui também um pacote de cooperação em defesa estimado em cerca de US$ 600 milhões, englobando munições de precisão, modernização de aviônicos e infraestrutura logística e de manutenção.

As primeiras entregas dos helicópteros podem ocorrer em 2027, caso o contrato seja fechado no exercício fiscal 2025-26, com previsão de capacidade operacional completa entre 2028 e 2029. Para assegurar a integração do novo sistema, Bangladesh deverá implementar programas de treinamento para pilotos e técnicos, instalação de simuladores e desenvolvimento de rede logística compatível com sua frota mista atual, que inclui aviões russos e chineses.

Para a Turquia, o negócio reforça sua posição como exportadora de sistemas de defesa, enquanto para Bangladesh representa uma tentativa de reforçar sua dissuasão regional em face das tensões na Baía de Bengala, com vizinhos como Índia e Mianmar. No entanto, desafios financeiros, técnicos e operacionais ainda permanecem no caminho da conclusão do acordo.