A Airbus Defence concluiu uma etapa decisiva no desenvolvimento de seu sistema aéreo tático não tripulado SIRTAP, com o protótipo agora totalmente configurado para operação. Segundo a fabricante, a aeronave e sua estação de controle em solo serão transferidas em breve para o Centro Espanhol de Testes de Sistemas Não Tripulados, em Huelva, onde uma campanha abrangente de ensaios de voo será conduzida ao longo de 2026, visando a entrega do primeiro sistema às Forças Armadas espanholas em 2027.
O SIRTAP foi concebido para preencher uma lacuna operacional entre drones táticos leves e plataformas de média altitude e longa duração. Equipado com sensores eletro-ópticos avançados, radar de abertura sintética e comunicações seguras, o sistema oferece até 20 horas de autonomia, com capacidade de transportar cargas úteis modulares de até 150 kg. A Airbus prevê ainda uma futura versão armada, capaz de empregar mísseis ar-solo e bombas guiadas, ampliando significativamente seu espectro de missões, incluindo apoio aéreo aproximado, supressão de defesas aéreas inimigas e ataques de precisão contra alvos estratégicos.
Além da capacidade de vigilância e reconhecimento, o SIRTAP prioriza resiliência em ambientes contestados, com comunicações seguras e navegação resistente a interferências eletromagnéticas, garantindo operação confiável mesmo em cenários de guerra eletrônica avançada. A plataforma foi desenvolvida com foco na interoperabilidade com padrões da OTAN, oferecendo às Forças Armadas europeias maior autonomia em operações táticas e reforçando a posição da Airbus como protagonista na indústria de drones de defesa do continente.
O SIRTAP se diferencia de concorrentes consolidados, como o Bayraktar TB2 e o Hermes 450, ao priorizar resistência a interferências eletrônicas, modularidade das cargas úteis e integração plena aos sistemas de comando da OTAN. Ao fornecer uma solução europeia de produção nacional, o programa também reduz restrições políticas e barreiras de exportação frequentemente associadas à aquisição de UAVs estrangeiros.
Com longa autonomia, flexibilidade operacional e potencial de integração de armamentos, o SIRTAP é apresentado não apenas como uma plataforma de inteligência e reconhecimento, mas como um multiplicador de força capaz de impactar diretamente o campo de batalha. Para a Espanha, representa um ativo estratégico de defesa; para a Europa, uma oportunidade de consolidar um sistema de UAVs confiável, interoperável e competitivo frente às opções de origem turca, israelense e norte-americana.