Nanchang 101 é o navio líder da classe de destroyer Type 055 classe Renhai
A Marinha do Exército de Libertação Popular (ELP) deu mais um passo em sua expansão naval com a entrada em testes de mar do décimo contratorpedeiro furtivo Tipo 055, também conhecido pela OTAN como classe Renhai. O movimento, relatado em 27 de agosto de 2025 pelo perfil de monitoramento naval SomePLAOSINT, evidencia a continuidade de um programa que já consolidou a China entre as potências navais com maior capacidade de combate de superfície.
Projetados como plataformas multimissão de grande porte, os Tipo 055 são classificados pela Marinha dos EUA como cruzadores, devido às suas dimensões e capacidade de comando e controle. O primeiro navio da classe, o Nanchang, foi lançado em 2017 e incorporado em janeiro de 2020. Desde então, a China manteve um ritmo acelerado de produção, com dez unidades já lançadas e oito delas plenamente operacionais até o final de 2022.
Cada navio desloca entre 12 mil e 13 mil toneladas em plena carga, mede 180 metros de comprimento e incorpora linhas furtivas, além de sensores avançados de banda S e X integrados em um mastro único. O armamento principal é composto por 112 células de lançamento vertical (VLS), capazes de empregar desde mísseis antiaéreos de longo alcance HHQ-9 até mísseis de ataque terrestre CJ-10 e o hipersônico YJ-21, com alcance estimado de 1.500 km e velocidade entre Mach 6 e Mach 10.
Ao comparar com o destróier norte-americano classe Arleigh Burke, principal combatente de superfície da Marinha dos EUA, o Tipo 055 apresenta superioridade em número de células VLS (112 contra até 96) e maior deslocamento, refletindo a aposta chinesa em navios de maior porte para missões oceânicas. Enquanto os Burke contam com o avançado radar AN/SPY-6 e integração plena com o sistema Aegis de defesa antimísseis balísticos, o Tipo 055 ainda deve evoluir para desempenhar plenamente esse papel, possivelmente com a adoção futura do interceptador HQ-19.
O programa prevê pelo menos 16 navios distribuídos entre as frotas do Norte, Leste e Sul do PLAN, todos construídos nos estaleiros de Jiangnan (Xangai) e Dalian (Liaoning). Para analistas, a consolidação da classe Renhai amplia substancialmente a capacidade de projeção de poder da China, permitindo ao país sustentar operações muito além de seus mares próximos e fortalecer a escolta de seus porta-aviões em expansão.
Com a décima unidade em provas de mar, a China sinaliza que sua frota de grandes combatentes de superfície não é apenas uma resposta regional, mas parte de uma estratégia global de presença naval.
