China intensifica integração de veículos terrestres não tripulados armados em exercícios de combate urbano

A infantaria blindada do ELP e seus ZBL-08s operam com um pequeno UGV rastreado armado com um lançador de foguetes de 120 mm em um exercício de assalto urbano. (CCTV)

O Exército de Libertação Popular (ELP) da China segue ampliando a integração de veículos terrestres não tripulados (UGVs) em suas operações de combate, em um movimento que reforça a aposta de Pequim no emprego de sistemas autônomos e remotamente controlados no campo de batalha. Imagens de câmeras de segurança transmitidas em 22 de agosto mostraram uma unidade de infantaria blindada do 83º Grupo do Exército conduzindo um exercício de guerra urbana que combinou infantaria, veículos de combate de infantaria ZBL-08 8×8 e pequenos UGVs sobre esteiras armados com lançadores de foguetes sem recuo de 120 mm.

Durante a simulação, os UGVs avançaram à frente dos blindados e das tropas, desempenhando funções de reconhecimento e ataque contra posições fortificadas inimigas. O controle remoto dos veículos foi realizado a partir de posições protegidas, utilizando óculos de visão em primeira pessoa (FPV) e dispositivos portáteis semelhantes aos empregados em drones de pequeno porte no conflito russo-ucraniano.

Esse modelo de controle direto, embora potencialmente menos eficiente do que soluções mais autônomas, pode representar uma alternativa prática para contornar os desafios enfrentados por plataformas mais complexas, como o Uran-9 russo. Além disso, a simplicidade do sistema sugere custos mais baixos de desenvolvimento e produção, ampliando as chances de adoção em larga escala.

O UGV rastreado chinês é controlado por um soldado usando óculos FPV e um controlador manual. (CFTV)

A presença dos UGVs em exercícios de tropas regulares indica que o ELP não os enxerga como ativos independentes, mas sim como ferramentas integradas ao conceito de armas combinadas. Essa abordagem reflete o interesse chinês em explorar rapidamente soluções tecnológicas de risco moderado e aplicá-las no nível tático, absorvendo experiências observadas na guerra da Ucrânia.

Apesar da incerteza sobre o real nível de inteligência artificial embarcado nesses sistemas, o exercício demonstra que a prioridade da China é pragmática: incorporar de forma ágil novas capacidades que possam multiplicar a eficácia das pequenas unidades de combate. A integração crescente de UGVs armados reforça a estratégia de modernização acelerada do ELP e sinaliza que a guerra urbana do futuro, sob a ótica chinesa, será moldada pela cooperação cada vez mais estreita entre sistemas tripulados e não tripulados.

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