Marinha Indiana equipará todos os navios de linha de frente com mísseis de cruzeiro BrahMos até 2030

A Marinha da Índia está prestes a operar uma das frotas de ataque mais letais do mundo, com a meta de equipar todos os seus navios de linha de frente com mísseis de cruzeiro supersônicos BrahMos até 2030. A iniciativa promete transformar cada contratorpedeiro, fragata e navio de mísseis da frota em uma plataforma de ataque preciso e de longo alcance, consolidando Nova Déli como potência naval no Indo-Pacífico.

Até o momento, em 2025, a Marinha Indiana já integra BrahMos em 13 contratorpedeiros das classes Kolkata e Visakhapatnam, e 14 fragatas furtivas das classes Shivalik e Nilgiri. Cada navio possui sistemas de lançamento vertical capazes de disparar múltiplos mísseis em rápida sucessão, garantindo ataques precisos contra alvos marítimos e terrestres a velocidades próximas de Mach 3. Novos navios, como o INS Udaygiri e o INS Himgiri, reforçam a presença do BrahMos como arma central da frota.

India's Naval Modernisation: Implication in the Indo-Pacific Power  Structure - IADN

O míssil, fruto da colaboração indo-russa entre a DRDO e a NPO Mashinostroyeniya, combina alta velocidade, precisão de cerca de um metro de CEP e capacidade de penetração de defesas avançadas, tornando-se uma peça-chave da estratégia naval indiana. Sua integração abrange atualmente lançamentos a partir do mar, mas testes com variantes submarinas indicam que futuros submarinos com propulsão independente do ar (AIP) também poderão disparar o BrahMos, ampliando a capacidade de dissuasão.

Até 2030, a Marinha prevê armar todos os principais combatentes — incluindo 13 contratorpedeiros, 20 fragatas furtivas, sete corvetas de última geração e três navios de mísseis — com sistemas de lançamento vertical BrahMos, totalizando mais de 300 mísseis prontos para disparo simultâneo. Isso representa uma concentração de poder de fogo supersônico sem precedentes, capaz de contestar a presença de grupos de porta-aviões e operações navais adversárias em pontos estratégicos do Oceano Índico, como os Estreitos de Malaca e Sunda.

INS Tarkash fragata classe Talwar

O plano não apenas reforça a capacidade de ataque, mas integra a Marinha Indiana a um ecossistema de combate moderno: radares avançados, guerra eletrônica, aeronaves de alerta antecipado e satélites complementam o alcance e a precisão do BrahMos. Programas de modernização também garantem que navios mais antigos, como os das classes Talwar e Delhi, não fiquem defasados tecnologicamente.

INS Chennai, terceiro destróier classe ‘Kolkata’

A produção local do BrahMos, que já alcança entre 65% e 85% dos componentes, fortalece a autonomia estratégica da Índia e reduz a dependência de fornecedores externos, permitindo maior ritmo de comissionamento de navios e modernização contínua da frota.

As variantes futuras, BrahMos-NG e BrahMos-II, prometem acelerar ainda mais a transformação naval. O BrahMos-NG, mais leve, permitirá múltiplos lançamentos a partir de caças e navios, enquanto o BrahMos-II, hipersônico, ampliará a capacidade de penetração contra sistemas de defesa avançados, reforçando a Marinha como força de dissuasão e ataque proativo.

A integração completa do BrahMos redefine o papel da Marinha Indiana: de força reativa para potência marítima proativa, capaz de moldar o equilíbrio estratégico do Indo-Pacífico, contestar a expansão chinesa e elevar a dissuasão contra o Paquistão. Até 2030, a Marinha Indiana estará equipada não apenas com navios furtivos e sensores avançados, mas com um arsenal supersônico que projeta poder e protege a soberania nacional de forma sem precedentes.

 

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