
VN22B a caminho de Burkina Faso.
Em uma ação estratégica para reforçar suas capacidades militares diante das crescentes ameaças jihadistas na região do Sahel, Burkina Faso recebeu recentemente um significativo lote de equipamentos militares provenientes da China. A entrega inclui veículos blindados VN22B, sistemas de artilharia autopropulsada PLL-05 de 120 mm e lançadores múltiplos de foguetes SR5, todos fabricados pela empresa chinesa Norinco. Essas aquisições fazem parte de um esforço contínuo do país para modernizar suas forças armadas e aumentar a capacidade de resposta rápida a ataques insurgentes.

VN22 burquinense.
Os veículos blindados VN22B são equipados com canhões automáticos de 30 mm e possuem alta mobilidade, permitindo às tropas deslocamentos ágeis em ambientes variados, desde áreas urbanas até terrenos rurais e acidentados. Já os sistemas de artilharia PLL-05, que combinam a mobilidade de um veículo autopropulsado com o poder de um morteiro-canhão, oferecem um suporte de fogo indireto altamente preciso e letal contra posições inimigas fortificadas e grupos em campo aberto. Complementando esse arsenal, os lançadores múltiplos de foguetes SR5 agregam capacidade de fogo em saturação, podendo disparar foguetes guiados e não guiados, ampliando as opções táticas para as forças de Burkina Faso.
Este reforço de equipamentos ocorre num momento crítico para Burkina Faso, que desde 2015 enfrenta uma escalada da violência jihadista, especialmente nas regiões norte e leste do país. A insurgência ligada a grupos como Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQIM) e o Estado Islâmico tem provocado insegurança, deslocamentos populacionais e afetado o desenvolvimento socioeconômico da nação. A modernização militar, com a incorporação de sistemas mais avançados de combate e maior poder de fogo, busca não apenas melhorar a capacidade defensiva das tropas, mas também permitir operações ofensivas mais eficazes contra insurgentes.

Uma grande remessa de veículos blindados VN-22B de fabricação chinesa e sistemas de lançamento múltiplo de foguetes SR5 chegou a Burkina Faso.
Além da aquisição chinesa, o governo militar de Burkina Faso, liderado pelo capitão Ibrahim Traoré, tem diversificado sua cooperação internacional para incluir equipamentos e apoio tecnológico de diferentes países. A incorporação de drones Bayraktar TB2 da Turquia, por exemplo, oferece uma importante vantagem no reconhecimento aéreo e na capacidade de realizar ataques de precisão, diminuindo o risco para as tropas terrestres. Essa estratégia multifacetada demonstra o esforço do país em adaptar suas forças às dinâmicas complexas do conflito assimétrico, que exige rapidez, flexibilidade e tecnologia de ponta para enfrentar um inimigo que opera com táticas de guerrilha e terrorismo.

PLL-05 morteiros autopropulsados de 120 mm
Com essas iniciativas, Burkina Faso busca consolidar uma postura militar mais robusta e preparada para proteger seu território e sua população, promovendo uma estabilidade necessária para que o país possa avançar em outras áreas, como a reconstrução institucional e o desenvolvimento econômico. No entanto, especialistas alertam que o sucesso dessas medidas também depende de um aprimoramento das estratégias de inteligência, treinamento e coordenação entre as forças de segurança, além do apoio político e social para combater as raízes do extremismo na região do Sahel.