O Paquistão está avançando na integração do míssil hipersônico YJ-17 aos submarinos da classe Hangor, projeto conduzido em parceria com a China, com entregas previstas a partir de 2026, segundo informações divulgadas pela imprensa especializada do setor de defesa.
O míssil YJ-17 é descrito como um armamento antinavio e de ataque a alvos terrestres com velocidade superior a Mach 5 e alcance estimado entre 400 e 746 km. A plataforma é projetada para realizar manobras evasivas em alta altitude, reduzindo o tempo de reação dos sistemas de defesa. A capacidade de lançamento a partir de submarinos aumenta o alcance operacional da Marinha do Paquistão em áreas estratégicas do Mar da Arábia e proximidades de rotas marítimas da Índia.
A classe Hangor é derivada da classe chinesa Type 039A/B (Yuan), equipada com sistema de propulsão independente de ar (AIP), que permite longos períodos de operação submersa sem necessidade de snorkel. As unidades deslocam aproximadamente 2.800 toneladas, possuem cerca de 76 metros de comprimento e dispõem de seis tubos de torpedo de 533 mm. O sistema AIP é baseado no motor CHD620, permitindo autonomia submersa estimada em até 20 dias.

O programa, firmado em 2015, prevê a construção de oito submarinos, estimado entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões. Quatro unidades estão sendo construídas na China, enquanto outras quatro estão em produção no Karachi Shipyard & Engineering Works (KSEW), com transferência de tecnologia. As entregas iniciais estão previstas para 2026, com conclusão do programa até o final de 2028.
As unidades podem empregar torpedos pesados e mísseis antinavio como o YJ-82, além do míssil de cruzeiro Babur, com alcance em torno de 450 km. Há expectativa de integração futura do Babur-III, projetado para lançamento submerso e com capacidade nuclear.

Fontes citadas pela imprensa especializada afirmam que a introdução do YJ-17 foi planejada para reforçar a capacidade de negação marítima. O míssil é apontado como uma ameaça potencial a grupos de porta-aviões, devido à alta velocidade e ao perfil de voo. A ativação plena dessa capacidade depende de melhorias nos sistemas de comando e controle, sensores de longo alcance e integração com redes de inteligência e rastreamento por satélite, como o sistema chinês BeiDou.
A Marinha paquistanesa deverá operar os submarinos a partir de bases navais estratégicas como Karachi e Ormara, com possibilidade de uso da infraestrutura portuária de Gwadar para apoio logístico. As unidades deverão aumentar a presença do Paquistão ao longo do Mar da Arábia e das rotas que conectam o Golfo Pérsico ao Oceano Índico.
Analistas observam que o desenvolvimento pode influenciar programas navais indianos em andamento, como o Project 75I, além de iniciativas de reforço de defesa antinavio embarcada e o avanço do míssil hipersônico BrahMos II, desenvolvido em cooperação com a Rússia.
Com a entrada em serviço da frota completa até o fim da década, o Paquistão deve operar uma das mais novas forças submarinas convencionais da região, com capacidade ampliada para vigilância, dissuasão e operações de longo alcance.
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