A Grécia está avaliando a aquisição de novos caças Rafale na versão F4 para reforçar sua força aérea e manter vantagem operacional no Mar Egeu, segundo informações divulgadas pela imprensa local. A análise ocorre no momento em que a Turquia avança em negociações para adquirir aeronaves Eurofighter Typhoon, incluindo mísseis ar-ar Meteor de longo alcance.
Apesar da modernização turca, a avaliação em Atenas é que a atual composição da Força Aérea Helênica, baseada nos F-16 Viper e nos Rafale F3R, e a futura incorporação do F-35A, mantém a Grécia em posição de superioridade operacional e tecnológica na região. No entanto, a possível entrada de até 40 Eurofighter Typhoon, com armamentos além do alcance visual (BVR), é acompanhada de perto pelas autoridades gregas.

Segundo informações disponíveis, Ancara considera a aquisição da versão Tranche 5 do Eurofighter, prevista para produção a partir da próxima década. A Turquia e a Alemanha, que também encomendou essa variante, avaliam a possibilidade de dividir custos de desenvolvimento. A versão Tranche 5 deverá contar com radar e sistemas de guerra eletrônica atualizados, além de maior capacidade de integração de armamentos. Em comparação com o Rafale F3R atualmente operado pela Grécia, o Tranche 5 oferece avanços em sensores e aviônicos, embora Atenas pretenda avançar também para a versão mais recente do Rafale.
A Força Aérea Francesa colocou em serviço o Rafale F4 em 2023. A versão inclui atualizações de conectividade, como o enlace de dados Link 16 e um enlace proprietário destinado a manter a transferência de dados mesmo sob interferência eletrônica. O radar AESA recebeu processamento aprimorado, permitindo rastreamento de alvos terrestres móveis. O modelo incorpora sensor infravermelho de busca e rastreamento (IRST), capacete com visor Scorpion e o sistema de autoproteção SPECTRA atualizado.
O Rafale F4 pode empregar o míssil ar-ar MICA NG, disponível nas versões de guiamento infravermelho ou radar ativo. O alcance e envelope de emprego são superiores aos do MICA atualmente em serviço na Força Aérea Helênica.
Fontes próximas às discussões afirmam que a Grécia deverá decidir a compra de novos Rafale antes do final da década, com o objetivo de substituir os Mirage 2000-5, cuja sustentação pelo fabricante será descontinuada. A aquisição também está alinhada à decisão aprovada pelo Parlamento e pelo Conselho Governamental de Assuntos de Defesa e Política Externa (KYSEA) para manter um efetivo de aproximadamente 200 aeronaves de combate modernas.

A nova encomenda deverá contemplar a versão F4, já consolidada como padrão industrial. Caso o cronograma avance para além da entrada em serviço da versão F5, essa variante poderá ser considerada. O Rafale F5 está previsto para incluir capacidade de controle de drones associados à aeronave, ampliando a coordenação de operações aéreas.
A decisão grega dependerá do alinhamento entre cronogramas industriais, financiamento e integração com os programas já em andamento de F-16V e F-35A. No ambiente regional, Atenas e Ancara seguem desenvolvendo suas forças aéreas em paralelo, mantendo atenção sobre medidas de confiança e mecanismos de interoperabilidade dentro da OTAN.




