A Marinha do Paquistão informou que o primeiro submarino convencional da classe Hangor entrará em serviço em 2026, como parte de um contrato firmado com a China para a construção de oito unidades destinadas a ampliar a presença naval paquistanesa no Mar da Arábia.
O acordo, avaliado em cerca de US$ 5 bilhões, prevê a entrega de oito submarinos equipados com sistema de propulsão independente de ar (AIP). Quatro unidades estão sendo produzidas na China, enquanto as outras quatro são construídas sob licença no estaleiro Karachi Shipyard & Engineering Works (KSEW), no Paquistão, com transferência de tecnologia.
A previsão inicial de entrega era entre 2022 e 2023, mas atrasos relacionados ao fornecimento de componentes e cronogramas industriais alteraram o calendário para 2026. A conclusão das oito unidades está prevista para ocorrer até 2028.
A classe Hangor tem deslocamento submerso aproximado de 2.800 toneladas, comprimento de cerca de 76 metros e é projetada para operar por períodos prolongados sem necessidade de subir à superfície, graças ao sistema AIP. Segundo fontes militares paquistanesas, a autonomia submersa pode ultrapassar duas semanas.
A embarcação é equipada com seis tubos de 533 mm capazes de lançar torpedos pesados e mísseis antinavio. Além de mísseis YJ-82 de lançamento submerso, a classe Hangor pode ser integrada ao míssil de cruzeiro Babur-3, com alcance estimado acima de 450 km, o que ampliaria a capacidade de ataque além da linha de visada.
Os sistemas de sensores incluem sonar de proa, arranjos laterais e mastros optrônicos, além de equipamentos de guerra eletrônica e contramedidas antimísseis. A plataforma foi desenvolvida para operações discretas no litoral e em águas profundas.
A Marinha do Paquistão afirma que a incorporação dos submarinos Hangor representa uma mudança no foco operacional, passando de uma postura centrada na defesa costeira para uma presença mais ampla no Oceano Índico ocidental. O objetivo declarado é aumentar a capacidade de proteção das rotas marítimas e da zona econômica exclusiva do país.
Analistas observam que o programa ocorre em paralelo ao desenvolvimento de submarinos de propulsão independente de ar na Índia, cujo cronograma tem enfrentado ajustes. A entrada em serviço dos submarinos Hangor deverá influenciar o equilíbrio naval no sul da Ásia, especialmente em áreas próximas ao Estreito de Ormuz e às rotas de comunicação marítima que ligam o Golfo Pérsico ao Mar da Arábia.
