O Reino Unido entregou um novo lote de mísseis de cruzeiro Storm Shadow à Ucrânia, ampliando as capacidades de ataque de longo alcance de Kiev no momento em que o país se prepara para uma nova fase da guerra durante o inverno e enfrenta uma escalada nos bombardeios russos.
De acordo com informações da agência Bloomberg, Londres realizou recentemente mais uma entrega de mísseis de cruzeiro Storm Shadow à Ucrânia. O objetivo é garantir que Kiev mantenha um estoque operacional adequado antes do inverno, período em que a Rússia tende a intensificar ataques contra infraestrutura energética e alvos civis.

O número exato de mísseis fornecidos não foi divulgado, e o governo britânico mantém a política de não comentar detalhes sobre transferências de armamentos estratégicos. Essa nova remessa reforça o compromisso do Reino Unido em sustentar o esforço de defesa ucraniano e manter a capacidade de dissuasão contra alvos localizados em áreas sob controle russo ou em território da Federação Russa.
O Storm Shadow, desenvolvido em conjunto pelo Reino Unido e pela França, é um míssil de cruzeiro ar-superfície de alta precisão, com alcance estimado superior a 250 quilômetros. O armamento é projetado para penetrar defesas aéreas modernas, voando em baixa altitude e velocidade subsônica, com sistemas de navegação inercial, GPS e orientação por referência de terreno. O míssil transporta uma ogiva de cerca de 450 quilos, capaz de atingir alvos fortemente protegidos, como depósitos de munição, postos de comando e instalações industriais estratégicas.
Desde que recebeu os primeiros lotes em 2023, a Ucrânia tem utilizado o Storm Shadow em ataques contra alvos militares e logísticos localizados em regiões ocupadas, incluindo a Crimeia e áreas próximas à fronteira russa. Em 21 de outubro, o míssil foi empregado em uma operação que destruiu uma fábrica química em Bryansk, considerada parte da cadeia de produção de munições de Moscou.
Com o novo fornecimento, Londres busca assegurar que a Ucrânia mantenha sua capacidade ofensiva durante os meses mais frios, quando as condições de combate se tornam mais desafiadoras. O gesto também sinaliza a intenção britânica — compartilhada por outros países da OTAN — de manter o apoio militar a longo prazo, mesmo diante das pressões econômicas e políticas internas resultantes do prolongamento do conflito.



