A Grécia está avaliando a aquisição de carros de combate M1 Abrams e obuseiros autopropulsados M109A5/A6 Paladin oferecidos pelos Estados Unidos por meio do programa de Artigos de Defesa Excedentes (EDA). A análise ocorre após coordenação entre Atenas e Washington para identificar equipamentos disponíveis, necessidades de reforma e cronogramas de treinamento, segundo informações divulgadas em 30 de outubro de 2025.
A lista de sistemas em estudo inclui carros de combate M1A1 e M1A2 Abrams, obuseiros M109A5 e M109A6 Paladin, veículos de combate de infantaria M2A3 Bradley, veículos táticos 4×4 Humvee e helicópteros AH-64E Apache e UH-60M Black Hawk. A avaliação leva em conta prioridades de transferência, disponibilidade de lotes, custos de recondicionamento e integração com doutrina e logística já existentes nas Forças Armadas gregas.

O programa EDA permite que equipamentos militares retirados de serviço ativo nos Estados Unidos sejam transferidos a países aliados como doação ou venda a preço reduzido. Os custos de transporte, acondicionamento e modernização ficam a cargo do país receptor. Os valores de venda podem variar entre 5% e 50% do valor original, dependendo da condição dos sistemas. A oferta depende de declarações de excedente feitas pelos Departamentos Militares dos EUA e, em casos de grande porte, requer notificação ao Congresso.
Entre as prioridades identificadas pela Grécia está o reforço da artilharia autopropulsada. As versões M109A5 e M109A6 Paladin ofereceriam incremento de padronização em relação às diversas subvariantes do M109 atualmente em serviço no Exército Helênico. O M109A6 possui melhorias de proteção, sistemas de controle de fogo atualizados e maior confiabilidade. Ambas as versões têm alcance aproximado de 23,5 km com munição padrão. A padronização em torno de A5 e A6 reduziria o tempo de treinamento, simplificaria estoques de peças e facilitaria a interoperabilidade com fluxos de direcionamento de fogo de parceiros da OTAN. A Grécia avalia empregar esses sistemas em unidades localizadas no Mar Egeu, onde mobilidade protegida e reação rápida são consideradas fundamentais.

A possível aquisição dos carros de combate M1A1/M1A2 Abrams tem como foco substituir gradualmente plataformas mais antigas, como o Leopard 1A5, e preencher unidades de segunda linha sem alterar o papel dos Leopard 2A6HEL nas brigadas blindadas de maior prioridade. O Abrams oferece canhão de 120 mm, sistemas térmicos e proteção blindada compatíveis com os padrões da OTAN. A disponibilidade de unidades americanas reformadas e a infraestrutura logística consolidada para o modelo são fatores considerados no processo de avaliação. A substituição nos Estados Unidos pelas variantes M1A2 SEP V3 amplia o volume de unidades que podem ser transferidas a aliados.
Os veículos de combate de infantaria M2A3 Bradley estão sendo analisados para substituir os atuais M113 e BMP-1 nas brigadas mecanizadas. O M2A3 é equipado com canhão estabilizado de 25 mm, lançador de mísseis TOW e sensores térmicos, permitindo maior capacidade de combate e proteção da tripulação. A adoção do chassi também possibilitaria futura padronização de variantes de comando, evacuação e reconhecimento.

Para funções de mobilidade tática leve, a Grécia avalia a incorporação de veículos Humvee 4×4, que poderiam substituir modelos mais antigos e simplificar a cadeia de manutenção, além de facilitar operações logísticas em ilhas e regiões costeiras.
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No segmento aéreo, o helicóptero AH-64E Apache é considerado para substituir gradualmente modelos AH-64A+ mais antigos, melhorando capacidade de ataque anticarro, coordenação em rede e operações noturnas. Já o UH-60M Black Hawk está sendo avaliado para substituir aeronaves UH-1H e ampliar capacidade de transporte, evacuação médica e operações em terreno montanhoso e insular.

A possível aquisição se insere no aprofundamento da cooperação estratégica entre Grécia e Estados Unidos nos últimos anos. O país já incorporou veículos blindados M1117, moderniza aeronaves C-130 Hercules e P-3 Orion, adquiriu helicópteros MH-60R Seahawk e discute futuras compras de F-35A e aeronaves KC-135R. Unidades especiais gregas também realizam treinamentos e operações de interoperabilidade com forças americanas.
A decisão final dependerá da disponibilidade de lotes, custos de recondicionamento, capacidade de treinamento e avaliação das necessidades operacionais de unidades em regiões sensíveis do Egeu e de fronteira.



