A Marinha Argentina apresentará oficialmente nesta quinta-feira, 6 de novembro, sua segunda aeronave de patrulha marítima P-3C Orion, em cerimônia no Aeroparque Militar de Buenos Aires. O novo avião, procedente dos Estados Unidos, integra o programa de recuperação das capacidades de reconhecimento e vigilância aérea naval do país.

A aeronave, que recebeu a matrícula “6-P-58”, completou seu voo de translado a partir do território norte-americano com uma escala técnica em Lima, no Peru, antes de pousar em 14 de outubro na Base Aérea Naval Comandante Espora. Desde então, passou por um processo de inspeção final e aplicação da pintura com as cores e insígnias da Marinha Argentina, etapa que antecede sua incorporação oficial ao Esquadrão de Reconhecimento Naval da Força Aérea Naval nº 3, sediado na Base Almirante Zar.

Com esta nova unidade, o Comando de Aviação Naval (COAN) avança na recuperação de uma capacidade estratégica perdida há mais de uma década, essencial para o controle do Atlântico Sul, a vigilância de recursos pesqueiros e as operações de busca e salvamento em alto-mar. O P-3C Orion, desenvolvido originalmente pela Lockheed Martin, é uma plataforma reconhecida mundialmente por sua autonomia de voo e sensores de detecção marítima, podendo permanecer em operação por até 12 horas em missões de patrulha de longo alcance.

A chegada da aeronave faz parte do acordo firmado entre a Argentina e o Reino da Noruega em outubro de 2023, que prevê a transferência de quatro aeronaves — três P-3C Orion e uma P-3N — em excelentes condições operacionais. Esses aviões, anteriormente operados pela Real Força Aérea Norueguesa, foram selecionados por sua capacidade de prolongar a vida útil da frota de patrulha argentina até a implementação de um novo programa de modernização.

As inspeções, modernizações e ajustes estruturais das aeronaves estão sendo realizados pela empresa Rockland, com sede na Flórida, que também é responsável pela reforma das duas unidades restantes. O cronograma prevê a chegada do terceiro P-3C durante o primeiro semestre de 2026 e do P-3N, destinado a missões de apoio logístico e busca e salvamento, no segundo semestre do mesmo ano.

O ministro da Defesa, Luis Petri, destacou que a incorporação dos P-3C Orion representa um esforço conjunto entre o governo e a Marinha Argentina para restabelecer a capacidade de vigilância do extenso litoral marítimo nacional. Segundo ele, as aeronaves permitirão reforçar a presença argentina no Atlântico Sul, melhorar a resposta em operações de emergência e ampliar a cooperação com outras forças navais regionais.

A reativação da frota de patrulha marítima insere-se em um contexto mais amplo de modernização das Forças Armadas argentinas, que inclui também programas de reequipamento da frota de superfície e investimentos em sistemas de comando e controle. Com a plena operação dos P-3C e P-3N, a Aviação Naval espera restaurar a capacidade de monitorar o espaço marítimo sob jurisdição argentina, incluindo a Zona Econômica Exclusiva e as áreas próximas às Ilhas Malvinas, reforçando a soberania sobre o Atlântico Sul.