
As Filipinas e o Canadá assinaram no domingo um novo acordo de defesa que estabelece bases legais para a realização de exercícios militares e operações conjuntas entre os dois países. A China reagiu nesta segunda-feira, afirmando que parcerias desse tipo não devem ser direcionadas contra outras nações.
O Acordo sobre o Estatuto das Forças Visitantes (SOVFA, na sigla em inglês) foi assinado em Manila pelo Secretário de Defesa filipino, Gilberto Teodoro Jr., e pelo Ministro da Defesa do Canadá, David McGuinty. O documento permite que tropas de ambos os países participem de treinamentos e atividades militares no território um do outro, além de prever coordenação em operações humanitárias e de resposta a desastres.
Em declaração conjunta, os dois ministros afirmaram que o pacto busca promover estabilidade e reforçar uma ordem baseada em regras na região do Indo-Pacífico. Teodoro disse a jornalistas que o acordo é importante para manter a liberdade de navegação e o respeito ao direito internacional. McGuinty destacou que a parceria aumentará a interoperabilidade das forças e a capacidade de resposta a desastres naturais, frequentes no Sudeste Asiático e no Pacífico.

A China respondeu ao anúncio. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmou que Pequim “sempre defendeu que a cooperação em defesa e segurança entre os países não deve visar terceiros nem prejudicar os interesses de terceiros”. Ela disse ainda que “exibir força militar e provocar confrontos não contribuem para a paz e a estabilidade regional”.
O novo acordo se soma a outros pactos de defesa assinados recentemente por Manila com Estados Unidos, Japão, Austrália e Nova Zelândia. Essas parcerias têm levado a um aumento do número de tropas estrangeiras envolvidas em exercícios e patrulhas conjuntas no território filipino, incluindo áreas próximas ao Mar da China Meridional, onde Manila e Pequim mantêm disputas marítimas.
Para as Filipinas e seus parceiros, a cooperação visa reforçar capacidades de defesa e operações de resposta. Para a China, representa um movimento de ampliação da presença militar de países alinhados ao Ocidente no Indo-Pacífico.


