Drone de ataque MQ-18, desenvolvido no Brasil, é demonstrado ao Exército no Rio de Janeiro

As empresas brasileiras MacJee e Aero.ID apresentaram ao Exército Brasileiro novos drones de reconhecimento e ataque durante demonstração realizada no Arsenal de Guerra do Rio (AGR). O evento contou com a presença de representantes da Diretoria de Fabricação (DF) e do Centro Tecnológico do Exército (CTEx).

A apresentação teve como objetivo demonstrar as capacidades da Base Industrial de Defesa (BID) no desenvolvimento de aeronaves não tripuladas e avaliar possíveis parcerias com o Exército. A iniciativa ocorre em meio ao aumento da demanda global por sistemas aéreos não tripulados, impulsionado por lições extraídas de recentes conflitos no Leste Europeu e no Oriente Médio.

O destaque da demonstração foi o protótipo MQ-18 Arqus, desenvolvido pela Aero.ID e descrito como um drone lançador múltiplo, projetado para realizar missões de ataque e apoio tático. Durante os testes, o equipamento lançou com sucesso dois simulacros de munições de morteiro de 60 mm, demonstrando sua capacidade de operar com cargas úteis ofensivas.

De acordo com dados técnicos apresentados, o MQ-18 possui até quatro baterias padrão de 11.000 mAh, pára-quedas balístico, cabeamento de nível aeronáutico, link de comando e telemetria criptografados, além de suporte para múltiplas cargas em pods autônomos. O modelo pode ser operado por rádio com alcance de até 5 km ou de forma cabeada, com autonomia de voo de 35 minutos transportando 1 kg de carga útil.

As dimensões da aeronave variam entre 1,0 metro de comprimento e envergadura em configuração de voo, reduzindo-se para 0,6 metro quando dobrada. Segundo a Aero.ID, o projeto está em processo de registro de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Representantes da MacJee e da Aero.ID destacaram que a iniciativa visa fortalecer o ecossistema nacional de defesa, estimulando o desenvolvimento de tecnologias críticas e a integração da indústria brasileira em programas de drones de uso militar. A apresentação também buscou identificar oportunidades para cooperação em áreas como produção de fuselagens, integração de sensores, manutenção e capacitação técnica.

O Exército Brasileiro não anunciou, até o momento, planos de aquisição. Segundo fontes militares, os testes servem para avaliar o potencial de inserção de plataformas não tripuladas nacionais em futuras operações de reconhecimento e ataque, dentro do esforço de modernização e ampliação das capacidades tecnológicas da Força Terrestre.

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