Corrida aérea no Cáucaso: Armênia negocia Su-30MKI em resposta ao JF-17 do Azerbaijão

A Armênia está em negociações com a Índia para adquirir caças Su-30MKI e busca modernizar sua frota existente de Su-30SM para o padrão “Super Sukhoi”. A iniciativa ocorre após o Azerbaijão firmar um contrato de US$ 4,6 bilhões para 40 caças JF-17 Block III, reforçando a corrida por superioridade aérea no Cáucaso.

O governo armênio pretende formalizar até o início de 2026 a aquisição de um primeiro lote de oito a doze caças Su-30MKI, em tratativas conduzidas com o governo indiano e a Hindustan Aeronautics Limited (HAL). O Su-30MKI é um caça bimotor de longo alcance e capacidade multirole, projetado para superioridade aérea e ataque terrestre, equipado com radar AESA, sistemas avançados de guerra eletrônica e mísseis de longo alcance Astra Mk-1 e Mk-2.

Paralelamente, Erevã avalia modernizar os quatro Su-30SM já operacionais para o padrão “Super Sukhoi”. O programa prevê integração de radar AESA, guerra eletrônica aprimorada, cockpit digital e armamentos de precisão de longo alcance, aproximando o desempenho da frota do nível 4.5++. Desde 2023, a Força Aérea Armênia demonstrou interesse em sistemas de armas indianos, incluindo os mísseis ar-terra BrahMos, desenvolvidos em parceria entre Índia e Rússia, e os mísseis ar-ar Astra.

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O coronel Ovanes Vardanyan, chefe da Força Aérea Armênia, confirmou que as conversas com a HAL estão em andamento, destacando a experiência da empresa em modernização de aeronaves. Durante exercícios na Índia, ele enfatizou o potencial de cooperação em aviônicos, guerra eletrônica e integração de novos armamentos, alinhando a força aérea armênia aos padrões tecnológicos mais recentes.

O interesse armênio surge no contexto da modernização pós-conflito de Nagorno-Karabakh em 2020, quando limitações operacionais da força aérea ficaram evidentes. Analistas apontam que a disputa vai além de frotas nacionais, envolvendo atores externos: o contrato do Azerbaijão insere o Paquistão e a China na região, tradicionalmente sob influência russa. Com a guerra na Ucrânia reduzindo a capacidade de exportação russa, a Índia projeta influência militar ao estreitar laços com Erevã.

Su-30MKI da IAF lançou míssil BrahMos ramjet ALCM

O Azerbaijão adquiriu 40 JF-17 Block III, produzidos pelo Paquistão em parceria com a China, incorporando radar AESA, aviônicos digitais e mísseis de longo alcance PL-15, com entregas previstas para 2026. A modernização armênia inclui ainda os sistemas de defesa aérea Akash-1S e lançadores múltiplos de foguetes Pinaka, integrando o plano de diversificação de fornecedores e redução da dependência de equipamentos russos.

Se concretizado, o acordo com a Índia fará da Armênia o primeiro país estrangeiro a operar o Su-30MKI, com estudos em andamento para infraestrutura própria de manutenção e suporte técnico da HAL, garantindo autonomia logística e redução de custos operacionais.

A aproximação Índia-Armênia, paralela ao fortalecimento das relações Paquistão-Azerbaijão, reflete a expansão das rivalidades do sul da Ásia para o Cáucaso. Para Nova Délhi, apoiar Erevã projeta influência em uma região próxima de Moscou e Ancara, contrabalançando o eixo Islamabad-Baku, aliados estratégicos de Pequim. Para o Paquistão, a parceria com Baku consolida cooperação tecnológica e política, ampliando sua presença fora do Sul Asiático. Essa polarização tende a transformar o Cáucaso em ponto central das disputas regionais entre Índia e Paquistão.

Su-30SM Armenia Air Force – Su-27 Flanker Family

SU-30SM da Armênia

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