A Cummins Inc. está estudando a produção local do motor VTA903E-T760 de 760 cv para o carro de combate leve Zorawar, desenvolvido pelo DRDO, com o objetivo de fortalecer a cadeia de suprimentos nacional e reduzir a dependência de importações no setor de defesa indiano.
O carro de combate leve Zorawar, projetado para operar em regiões de alta altitude ao longo da Linha de Controle Real (LAC) entre Índia e China, atualmente utiliza o motor VTA903E-T760 da Cummins, um V8 turbo-diesel de 760 cv, acoplado à transmissão RENK America HMPT-800. Esse conjunto propulsor proporciona uma relação peso-potência entre 30 e 40 cv/tonelada e permite velocidade máxima de até 70 km/h, atendendo às exigências operacionais em terrenos montanhosos e difíceis.
motor Cummins VTA903E-T760
A Cummins possui uma presença consolidada na Índia, com 21 instalações de fabricação distribuídas pelo país, incluindo plantas em Pune e Phaltan. A empresa já colabora com a Tata Motors na produção de motores para veículos comerciais e vê no Zorawar uma oportunidade para expandir sua participação no setor de defesa, aproveitando a política de local content e parcerias industriais.
Paralelamente, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Veículos de Combate (CVRDE) do DRDO está desenvolvendo uma alternativa nacional ao motor Cummins. Em parceria com a Ashok Leyland, o projeto prevê um motor V8 diesel de 800 cv, com mais de 80% de conteúdo indígena, planejado para testes iniciais em 2026 e integração ao Zorawar a partir de 2028. Esta iniciativa se alinha à política “Atmanirbhar Bharat”, que busca aumentar a autossuficiência do setor de defesa e reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros.

Motor V8 diesel de 800 cv desenvolvido pelo DRDO em parceria com a Ashok Leyland.
A potencial produção local do motor Cummins poderia acelerar a disponibilidade de unidades para os primeiros lotes do Zorawar e manter a capacidade operacional enquanto o motor nacional é testado e certificado. Além disso, a presença de produção local pode posicionar a Índia para exportações futuras de veículos blindados leves a outros países com exigências similares de mobilidade em terrenos extremos.
O desenvolvimento do Zorawar, com motores tanto importados quanto nacionais, reflete uma estratégia dupla: atender às necessidades imediatas das forças armadas e, simultaneamente, promover o fortalecimento da indústria de defesa local, garantindo a segurança das cadeias de suprimentos e a redução da dependência tecnológica de parceiros internacionais.