O Reino Unido assinou um contrato de 350 milhões de libras (US$ 465 milhões) com a Índia para fornecer mísseis multifuncionais leves (LMM) e lançadores de defesa aérea, segundo anúncio oficial do Ministério da Defesa britânico. O acordo coincide com a visita do primeiro-ministro Keir Starmer a Mumbai e com o Exercício Konkan conjunto no Oceano Índico Ocidental, envolvendo navios, submarinos e aeronaves de ambas as forças.
De acordo com o contrato, o Exército Indiano receberá os mísseis LMM, fabricados em Belfast, Irlanda do Norte, os mesmos sistemas atualmente fornecidos à Ucrânia, onde comprovaram eficácia contra drones. O acordo reforça a parceria de defesa entre Londres e Nova Déli e se soma a outro programa de cooperação em motores elétricos navais avaliado em 250 milhões de libras (US$ 332 milhões).
O LMM, desenvolvido pela Thales, é uma arma de precisão de curto alcance que pode ser empregada em operações aéreas, terrestres e navais. O míssil pesa cerca de 13 quilos, incluindo uma ogiva de 3 quilos, mede 1,3 metro de comprimento com diâmetro de 76 milímetros, atinge velocidades superiores a Mach 1,5 (1.850 km/h) e possui alcance operacional de até 6 quilômetros quando lançado do solo. Seu sistema de orientação por feixe de laser permite atacar alvos com baixa assinatura térmica, incluindo veículos blindados leves, pequenos barcos, drones e helicópteros, minimizando danos colaterais.
O LMM pode ser lançado de múltiplas plataformas, como ombro, tripé, veículos ou sistemas integrados como o RapidRanger, além de canhões e helicópteros em missões navais, permitindo atingir rapidamente alvos aéreos e de superfície em ambientes complexos. O mesmo lançador do StarStreak também é compatível com os LMM, facilitando a integração aos sistemas indianos existentes.
A escolha dos mísseis LMM reflete o esforço da Índia em reduzir sua dependência de equipamentos russos. Em fevereiro de 2025, a Rússia apresentou o Pantsir-S1M equipado com os novos mísseis antidrone TKB-1055, ofertados à Índia na exposição Aero India, mas o Ministério da Defesa indiano optou pelos sistemas britânicos, também fornecidos à Ucrânia em 5.000 unidades, com previsão de produção local futura.
O fornecimento dos LMM faz parte da estratégia indiana de fortalecer sua defesa aérea contra ameaças emergentes, incluindo drones e alvos de baixo perfil térmico, enquanto o Reino Unido busca expandir a produção do míssil, enfrentando desafios como escassez de mão de obra e burocracia excessiva.
O anúncio destaca ainda a continuidade do relacionamento bilateral, reforçado por exercícios militares conjuntos e programas de tecnologia de defesa, consolidando o intercâmbio de sistemas, treinamento e interoperabilidade entre os dois países.