A Rússia continuou em 2025 as exportações dos motores turbofan RD-93MA para os caças JF-17 Bloco III da Força Aérea do Paquistão, ignorando pedidos formais da Índia para suspender as entregas. Os motores são produzidos pela United Engine Corporation-Klimov e fortalecem a capacidade operacional da frota paquistanesa, aumentando a dissuasão aérea em áreas de conflito com a Índia.
Os motores RD-93MA equipam os JF-17 Bloco III, desenvolvidos em conjunto pelo Complexo Aeronáutico do Paquistão (PAC) e pela Chengdu Aircraft Corporation (CAC) da China. A versão avançada oferece empuxo de 9.300 kgf, superior aos 8.300 kgf do modelo anterior, maior eficiência de combustível, vida útil estendida e resiliência térmica, permitindo transporte de cargas mais pesadas, integração de aviônicos modernos e taxas de surtidas mais altas com menor tempo de manutenção.
O Bloco III incorpora radar AESA, visor montado no capacete, guerra eletrônica aprimorada e compatibilidade com o míssil ar-ar de longo alcance PL-15, elevando a capacidade de combate contra caças indianos como Rafale, Su-30MKI e Mirage 2000 em regiões como a Caxemira. Até 2024, a PAF havia recebido 156 unidades do JF-17, com planos de operar pelo menos 62 caças Bloco III em meados da década de 2020 e expandir a frota posteriormente.
A Índia intensificou protestos diplomáticos contra as entregas, argumentando que a operação do Bloco III aumentaria a necessidade de patrulhas de Rafales e Su-30MKIs ao longo da Linha de Controle, complicando a arquitetura de defesa aérea indiana. Nova Déli solicitou formalmente em 2025 a suspensão de novas entregas e peças de reposição para os motores RD-93 existentes, enquadrando a questão como um imperativo de segurança nacional.
Apesar das objeções, Moscou manteve os envios. Autoridades russas afirmaram que os motores passaram por rigorosos testes de câmara térmica e resistência, indicando preparação para operar em condições adversas próximas ao Himalaia. Especialistas apontam que a decisão russa reflete prioridades econômicas e geopolíticas, incluindo sanções ocidentais, necessidade de novos mercados e a manutenção do alinhamento com Pequim e Islamabad.
Para o Paquistão, o RD-93MA garante maior autonomia operacional, reduzindo dependência de revisões chinesas e permitindo continuidade da produção na PAC Kamra. A aeronave pode transportar munições guiadas de precisão, mísseis ar-ar de longo alcance e sistemas ofensivos e defensivos integrados, aumentando a eficácia em missões de interceptação, ataque e vigilância aérea por meio de redes AEW&C.
O fornecimento também fortalece a posição estratégica do Paquistão como exportador do JF-17, ampliando sua competitividade frente a caças ocidentais como F-16 e Gripen. Já a Índia observa o cenário como um sinal do enfraquecimento de sua dependência histórica da Rússia para equipamentos como Su-30MKI, tanques T-90 e sistemas S-400, acelerando esforços de diversificação com parceiros ocidentais e investimento em programas domésticos, como AMCA e Tejas Mk-II.
A continuidade das entregas de RD-93MA altera o equilíbrio regional de poder, reforçando a postura de dissuasão do Paquistão e complicando cenários de conflito potencial com a Índia. O episódio ilustra a crescente complexidade do comércio global de armas, onde decisões de fornecimento podem ter impacto direto na estratégia regional e na diplomacia internacional.
Relatórios de outubro de 2025 confirmam que as entregas permanecem ativas, com fontes paquistanesas comemorando a maior prontidão operacional dos esquadrões Bloco III, enquanto Nova Déli recalibra suas estratégias de defesa e alianças internacionais em resposta à mudança de postura de Moscou.