O Paquistão demonstrou interesse na arma laser de alta energia LY-1, desenvolvida pela China, para reforçar sua defesa contra drones e mísseis em operações navais. A informação surgiu durante o Fórum Xiangshan, realizado em setembro de 2025 em Pequim, quando o vice-almirante aposentado Ahmed Saeed, ex-comandante da Marinha do Paquistão, declarou que Islamabad “adoraria ver alguma integração” de sistemas de energia direcionada chineses em sua arquitetura de defesa.
O LY-1 foi apresentado publicamente pela China em 3 de setembro de 2025, durante o desfile militar que marcou o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. Segundo a mídia estatal chinesa, trata-se do sistema a laser mais poderoso do país até agora. O equipamento foi projetado para neutralizar veículos aéreos não tripulados, helicópteros e mísseis de cruzeiro subsônicos, oferecendo disparos praticamente ilimitados, restritos apenas pela fonte de energia disponível.
O Paquistão avalia a adoção do LY-1 em resposta ao aumento das ameaças representadas pelo uso de enxames de drones e munições de precisão pela Índia. A crise de maio de 2025, durante a Operação Sindoor indiana, expôs vulnerabilidades nas instalações navais e costeiras paquistanesas, reforçando a necessidade de novas capacidades de defesa.
A possível integração do LY-1 ampliaria a cooperação militar entre China e Paquistão, já consolidada com a aquisição de sistemas como o míssil terra-ar HQ-9P e os helicópteros de ataque Z-10ME. Especialistas apontam que o sistema poderia oferecer uma alternativa de baixo custo frente ao uso intensivo de interceptadores convencionais, especialmente em cenários de ataques de saturação.
O navio de desembarque Tipo 071 Shimeishan recebeu a instalação de um sistema de armas a laser de alta potência. O equipamento, posicionado logo atrás do canhão de 76 mm na proa, conta com uma tampa móvel de proteção
A adoção do laser, no entanto, apresenta desafios técnicos. O desempenho do LY-1 pode ser afetado por condições ambientais como neblina e chuva, além da necessidade de embarcações adaptadas para fornecer a energia exigida. Apesar disso, caso seja operacionalizado, o Paquistão se tornaria uma das primeiras marinhas da região a incorporar armas de energia direcionada, ampliando a competição tecnológica com a Índia no campo da defesa naval.