O Ministério da Defesa da Turquia divulgou imagens que mostram militares sírios em treinamento intensivo com sistemas de defesa aérea de curto alcance ASELSAN de 35 mm. A atividade foi supervisionada pelo comandante das Forças Terrestres Turcas, general Metin Tokel, entre 20 e 21 de setembro de 2025, e marca o início da implementação do acordo de segurança assinado por Ancara e Damasco em agosto deste ano.

Segundo a pasta, o programa inclui treinamento, suporte técnico e possibilidade de fornecimento de equipamentos para reforçar a defesa aérea síria. Nos vídeos publicados, soldados sírios operam o sistema de artilharia antiaérea em um campo de instrução monitorado diretamente pelas forças turcas, em um sinal da cooperação militar estabelecida entre os dois países.

O sistema empregado é o canhão modernizado ASELSAN de 35 mm, que integra radar de vigilância MAR e sistema de gerenciamento de tiro. Ele pode utilizar a munição de rajada programável ATOM, projetada para aumentar a eficiência contra drones e aeronaves de baixa altitude. A cadência de disparo é de aproximadamente 1.100 tiros por minuto, o que permite engajar múltiplos alvos em sequência.

Com alcance efetivo de cerca de 4 quilômetros, o armamento se enquadra na categoria de sistemas de defesa aérea de curto alcance (SHORAD). Esse tipo de sistema é voltado para enfrentar ameaças de baixa altitude, incluindo veículos aéreos não tripulados, helicópteros de ataque ou transporte e aeronaves de voo baixo.

A cooperação turco-síria indica a formação de uma camada de defesa aérea de curto alcance no território sírio, considerada essencial para uma rede de defesa em múltiplos níveis. No entanto, essa capacidade não substitui sistemas de médio e longo alcance, necessários para enfrentar caças de alta velocidade ou mísseis balísticos.

O acordo de agosto estabeleceu que Ancara apoiaria Damasco no treinamento e modernização de determinadas unidades de defesa aérea. A evolução dessa cooperação poderá incluir, em etapas posteriores, a transferência de sistemas adicionais, ampliando a integração da rede síria com tecnologias turcas.