Durante os exercícios Zapad-2025, a Bielorrússia exibiu ao público e à imprensa internacional o sistema antidrone a laser Shafran, anunciado como um avanço nacional em defesa aérea. A demonstração ocorreu no campo de treinamento de Borisovsky, ao norte de Minsk, e chamou atenção por combinar elementos tradicionais de exercícios militares com simulações de guerra moderna, incluindo o uso de drones, grupos de assalto em motocicletas e veículos todo-terreno improvisados baseados em carros civis Niva.
Embora apresentado como capaz de neutralizar pequenos UAVs a até um quilômetro de distância, o Shafran ainda é um protótipo experimental. De acordo com o Ministério da Defesa da Bielorrússia, o sistema permanece em fase de testes, e sua inclusão nos exercícios teve mais caráter simbólico e de demonstração do que operacional.
Especialistas apontam que o Shafran dificilmente representa um desenvolvimento tecnológico original bielorrusso. A análise de imagens divulgadas indica forte semelhança com o sistema chinês Silent Hunter, que também já é exportado para outros países, como Irã, e foi adaptado pela Rússia sob o nome Kochevnik. Comparações de interfaces e do módulo de combate, incluindo o ângulo de câmera fixado em 45 graus, sugerem que o Shafran é uma versão local de tecnologia chinesa, provavelmente desenvolvida pela empresa LEMT em menos de um ano.
O desempenho prático de sistemas semelhantes no exterior, como na Arábia Saudita, revelou limitações significativas, com tempo de 15 a 30 minutos para derrubar um único drone, o que coloca dúvidas sobre a eficácia do Shafran em um conflito real.
Apesar de ser apresentado como um avanço nacional, a demonstração do Shafran evidencia o caráter mais propagandístico do exercício Zapad-2025, reforçando a estratégia da Bielorrússia de exibir capacidade tecnológica enquanto ainda depende de tecnologia estrangeira.