A Grécia aprovou a aquisição de uma quarta fragata de defesa e intervenção (FDI) Belh@rra, nomeada na Marinha Helênica como classe Kimon em um movimento que reforça sua presença naval no Mediterrâneo Oriental. Originalmente, em 2021, Atenas havia contratado três unidades do modelo francês, em um pacote de aproximadamente € 3 bilhões, incluindo manutenção em condições operacionais (MCO) por três anos e armamentos como torpedos MU-90, mísseis Aster 30 e mísseis antinavio Exocet, com opção para uma quarta unidade.
Três anos após o início do programa, enquanto o primeiro navio da classe, o HS Kimon, se preparava para testes no mar e o segundo, HS Nearchos, era lançado em Lorient, o Ministro da Defesa grego, Nikos Dendias, anunciou negociações para a quarta fragata, que será denominada HS Themistocles. Diferentemente das três primeiras unidades, esta fragata terá capacidade para operar “armas estratégicas”, incluindo mísseis de cruzeiro navais MdCN, graças à integração de lançadores Sylver A70, elevando substancialmente o poder de dissuasão da Marinha Helênica.
As FDIs gregas compartilham diversas características com as fragatas francesas, como canhões de 76 mm e 20 mm, lançadores de mísseis Exocet MM40 Block 3C, radar Seafire 500 e sonares Kingklip Mark II e CAPTAS 4. Contudo, a versão grega se distingue pelo reforço de seu poder ofensivo e defensivo: 32 mísseis terra-ar Aster 30 B1, dois lançadores triplos de torpedos MU-90, sistemas de defesa de curto alcance RAM, além de bloqueadores e chamarizes antimísseis e antitorpedos.
O contrato para o HS Themistocles foi aprovado rapidamente em 17 de setembro pelo Conselho Governamental de Relações Exteriores e Defesa, presidido pelo primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis. Dendias ressaltou que o novo navio terá capacidades ampliadas em comparação às unidades anteriores, incluindo a possibilidade de lançamento de mísseis balísticos ainda em desenvolvimento no âmbito do programa europeu ELSA, iniciado em 2024 por França, Polônia, Itália e Alemanha, com adesão futura do Reino Unido e Suécia.
Paralelamente, o governo grego avalia reforçar suas capacidades aéreas, com um contrato de manutenção para as 24 aeronaves Rafale da Força Aérea Helênica (HAF). Estimado em € 580 milhões ao longo de quatro anos, o acordo visa garantir uma taxa de disponibilidade superior a 75%, abrangendo suporte e peças de reposição. Além disso, Atenas estuda a aquisição de seis a oito Rafales adicionais para substituir gradualmente os Mirage 2000-5 MK2, apesar de Mitsotakis ter descartado essa expansão em declarações anteriores.
Aceleradas pela necessidade de dissuasão frente a um período de elevada tensão com a Turquia, essas medidas refletem a estratégia grega de modernização das forças armadas, ampliando simultaneamente a capacidade naval e aérea do país. A entrega do HS Kimon, prevista para o final deste ano, marcará o início de uma nova fase de operação das FDIs gregas, com o HS Themistocles ampliando o espectro de capacidades estratégicas da Marinha Helênica.