A MBDA do Reino Unido propôs à Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa da Índia (DRDO) uma colaboração para co-desenvolver um novo míssil ar-ar de alcance do alcance visual (Beyond-Visual-Range), baseado no míssil Meteor. O objetivo é criar uma versão personalizada do Meteor que incorpore tecnologias indianas, permitindo sua integração em toda a frota de caças da Força Aérea Indiana e da Marinha Indiana, superando as restrições atuais que limitam seu uso apenas nos jatos Rafale.
O Meteor é reconhecido por sua propulsão ramjet, buscador radar ativo e link de dados bidirecional, oferecendo alcance superior a 200 km e uma zona de “não fuga” ampla, características que o tornaram referência em combate aéreo moderno. Na Índia, sua integração está atualmente restrita aos 36 Rafale da IAF e aos 26 Rafale-M da Marinha, impedindo seu uso em caças indígenas como o HAL Tejas Mk1A e o futuro Tejas MkII.
A proposta da MBDA Reino Unido permitiria superar essas limitações, integrando o míssil em plataformas como Su-30MKI, MiG-29, Mirage 2000 e variantes do Tejas, além de possibilitar a produção local alinhada à iniciativa “Make in India” e fortalecer os laços de defesa de longo prazo entre os dois países. Apesar do potencial da colaboração, a Índia tem mantido cautela e prioriza o desenvolvimento de seu próprio míssil BVRAAM, o Astra MkIII, também chamado Gandiva. Com tecnologia Solid Fuel Ducted Ramjet, o Astra MkIII deve alcançar 340 km em altitudes elevadas e 190 km em altitudes mais baixas, superando o alcance do Meteor e podendo engajar uma ampla gama de ameaças aéreas, incluindo caças, bombardeiros e plataformas AEW&C.
O Astra MkIII está em desenvolvimento e deve entrar em serviço nos próximos cinco anos, oferecendo um cronograma mais rápido que a proposta de co-desenvolvimento da MBDA. Com motor foguete sólido de pulso duplo, orientação inercial com atualizações de meio de curso e contramedidas eletrônicas, o míssil se posiciona como um concorrente direto dos principais BVRAAMs globais. A proposta da MBDA Reino Unido representa uma oportunidade para expandir as capacidades de combate aéreo da Índia, mas a ênfase no desenvolvimento doméstico reflete o compromisso do país com a autossuficiência e a redução da dependência de tecnologias estrangeiras. O equilíbrio entre parcerias internacionais e iniciativas nacionais será decisivo para o futuro da defesa aérea indiana.