O primeiro caça Dassault Rafale B da Indonésia foi avistado na pista das instalações da Dassault Aviation, em Bordeaux, sinalizando o início concreto de uma das aquisições militares mais significativas do Sudeste Asiático na última década. A aeronave, identificada como T-0301, foi fotografada enquanto se preparava para o que seria seu voo inaugural.
O jato faz parte do lote inicial de seis aeronaves que a França deverá entregar em 2026, resultado do contrato firmado em 2022 para a compra de 42 caças Rafale, posteriormente ampliado para um total de 66 unidades. Esta primeira aparição pública confirma o avanço do programa e consolida a parceria estratégica entre Paris e Jacarta.
Mais do que um simples flagrante aeronáutico, a presença do T-0301 em Bordeaux simboliza a transição da Força Aérea Indonésia (TNI-AU) de uma frota envelhecida e heterogênea — baseada em F-16s e caças russos Su-27/30 — para uma força aérea moderna e padronizada.
O Rafale F4, versão destinada à Indonésia, incorpora radar AESA RBE2-AA, suíte de guerra eletrônica Spectra e compatibilidade com armamentos de última geração, como os mísseis Meteor e SCALP. Essas capacidades oferecerão a Jacarta maior alcance de intercepção, opções de ataque profundo e superioridade em ambientes contestados.
Para a França, o avanço do programa reforça sua posição como fornecedora de ponta no Indo-Pacífico, enquanto, para a Indonésia, a imagem do T-0301 em Bordeaux já projeta o futuro de uma força aérea mais autônoma, preparada para lidar com os desafios crescentes no Mar da China Meridional e no estratégico Estreito de Malaca.
O simples registro fotográfico do Rafale indonésio em solo francês, portanto, não é apenas uma curiosidade: é o prenúncio de uma mudança estrutural no equilíbrio de poder aéreo do Sudeste Asiático.