O Azerbaijão está intensificando seus esforços para ampliar suas capacidades de ataque de longo alcance ao avaliar a aquisição de dois sistemas de origem eslovaca: o morteiro automatizado AM-120 e a artilharia autopropulsada EVA de 155 mm. A informação foi destacada pelo analista de políticas Fuad Shahbazov, de Baku, que ressaltou também o avanço da cooperação bilateral para além da simples compra de equipamentos.
Segundo Shahbazov, em 2024, Baku e Bratislava firmaram um acordo para a criação de instalações de fabricação conjuntas com investimento mútuo, sinalizando uma mudança de foco rumo à produção compartilhada de defesa. A iniciativa busca não apenas diversificar fornecedores, mas também consolidar a capacidade industrial local e reduzir a dependência de cadeias de suprimento externas.
O morteiro AM-120, desenvolvido pela empresa eslovaca ZTS Special, combina mobilidade e poder de fogo. Montado sobre o chassi Tatra 815-7 6×6, da Excalibur Army, o sistema incorpora um moderno controle de tiro Lansys, da Kerametal, permitindo operação remota a partir da cabine blindada. A torre, com giro de 360 graus, pode ser operada manualmente em caso de necessidade, oferecendo flexibilidade contra múltiplas ameaças. Com capacidade para transportar 60 projéteis, o sistema é projetado para executar disparos rápidos em sucessão e adotar táticas de “disparar e mover-se”, reduzindo vulnerabilidade a contra-baterias inimigas.
Já o sistema EVA de 155 mm, também produzido na Eslováquia, foi concebido para prover maior alcance e poder de fogo em operações sustentadas. Montado em chassi com rodas, o EVA é otimizado para mobilidade estratégica e rápida entrada em combate, complementando as capacidades de curto e médio alcance do AM-120.
Especialistas avaliam que a combinação dos dois sistemas reforçaria significativamente a artilharia azeri, proporcionando um equilíbrio entre precisão, mobilidade e alcance. Esse movimento reflete a estratégia de Baku de diversificar seu arsenal por meio de parcerias tanto com fornecedores da OTAN quanto de origem pós-soviética, ampliando a flexibilidade operacional das Forças Armadas.
Embora não haja anúncio oficial de contrato até o momento, os avanços no diálogo com a Eslováquia ilustram uma tendência crescente de investimento do Azerbaijão em projetos conjuntos de defesa. A aposta em montagem local e transferência de tecnologia revela uma ambição clara: fortalecer a base industrial de defesa nacional e garantir maior autonomia no acesso a sistemas modernos de combate.