O governo dinamarquês revogou recentemente a proibição de exportação de um componente essencial para o caça Tejas Mk1A, conhecido como amplificador de carga do motor, em um movimento que fortalece a autossuficiência da Índia em defesa. A decisão, resultado de negociações diplomáticas entre os dois países, alivia preocupações sobre possíveis atrasos no programa de modernização da Força Aérea Indiana (IAF). O amplificador de carga do motor é um dispositivo eletrônico sofisticado integrado ao motor GE F404-IN20, responsável por processar sinais de sensores de vibração e garantir desempenho, segurança e diagnósticos precisos em diversas condições operacionais. Originalmente fornecido por um fornecedor dinamarquês, o componente havia sido incluído na lista de itens de uso duplo sujeitos a restrições de exportação pela Dinamarca em 2023, devido a preocupações com aplicações militares e civis simultâneas.
A restrição impactou diretamente a Hindustan Aeronautics Limited (HAL), responsável pela produção do Tejas Mk1A, comprometendo o cronograma de entregas planejado para 2024 e levantando dúvidas sobre a capacidade da IAF de atingir a meta de 83 aeronaves até 2029, especialmente considerando a escassez atual de esquadrões. A reversão da proibição foi facilitada por esforços diplomáticos da Índia, que destacaram a natureza defensiva do programa Tejas e a importância estratégica da parceria bilateral. Paralelamente, a HAL iniciou um processo de nacionalização do componente, contratando uma empresa em Bangalore para desenvolver uma versão local do amplificador de carga, com expectativa de eliminar a dependência de importações no futuro e fortalecer a posição da Índia como um centro emergente de manufatura de defesa.
Com a retomada das entregas do amplificador, a HAL está otimista quanto ao cumprimento das metas de produção, com previsão de entregar os primeiros 18 Tejas Mk1A até 2026. Esse avanço é crucial para que a IAF alcance seu objetivo de operar 42 esquadrões até 2040, dos quais 25% seriam compostos por plataformas de quinta geração, como o AMCA (Advanced Medium Combat Aircraft). A nacionalização do amplificador não só fortalece a segurança nacional, mas também abre oportunidades para exportações, com países como Sri Lanka e Malásia demonstrando interesse no Tejas como alternativa econômica a caças ocidentais.
A revogação da proibição de exportação pela Dinamarca e os esforços da Índia para desenvolver capacidades internas refletem uma abordagem equilibrada entre diplomacia e autossuficiência, impulsionando o programa Tejas Mk1A e posicionando a Índia como um ator relevante na indústria global de defesa, capaz de atender às suas próprias necessidades e oferecer soluções para parceiros internacionais.