Em 28 de agosto de 2025, a Marinha Russa realizou uma cerimônia marcante para a frota nacional, incorporando três novos navios, entre eles a corveta Stavropol, do Projeto 21631 Buyan-M, à Frota do Báltico. O evento foi conduzido pelo Almirante Aleksandr Moiseev, Comandante-em-Chefe da Marinha Russa, que autorizou a hasteamento das bandeiras navais por videoconferência do Almirantado em São Petersburgo. Em Baltiysk, o Stavropol e o navio-patrulha Viktor Velikiy, do Projeto 22160, tiveram suas bandeiras içadas, enquanto em Makhachkala a corveta Typhoon, da classe Karakurt (Projeto 22800), foi recebida pela Frota do Mar Negro.
O comissionamento do Stavropol marca o encerramento do programa Buyan-M, sendo o décimo segundo e último navio de sua classe a entrar em serviço. Construído no Estaleiro de Zelenodolsk, em homenagem a AM Gorky, o navio fez parte de um contrato assinado em 2016 pelo Ministério da Defesa russo, que previa a entrega de três corvetas Buyan-M pelo valor de 27 bilhões de rublos. Inicialmente previstas para 2021-2023, as entregas foram concluídas em 2025 após um processo que incluiu lançamento em 2024 e testes de fábrica e navegação em hidrovias interiores até Kronstadt.
O Projeto 21631 Buyan-M representa uma evolução dos navios de artilharia Buyan do Projeto 21630, concebidos como corvetas de mísseis multifuncionais para operações em águas costeiras e rios. Equipados com o lançador universal 3S14UKSK de oito células, os Buyan-M podem disparar mísseis de cruzeiro Kalibr-NK, Oniks e Tsirkon, capazes de atingir alvos terrestres a até 1.500 km, com relatos de alcance de 2.500 km, e mísseis antinavio com alcance de até 500 km.
Sua defesa inclui o canhão naval A-190 de 100 mm, sistemas de curto alcance AK-630M-2 Duet e 3M-47 Gibka, além de metralhadoras e capacidade de operar drones de reconhecimento, como o Orlan-10. O navio desloca 949 toneladas, mede 74,1 metros de comprimento e conta com propulsão diesel-diesel combinada (CODAD). Devido a sanções, os motores foram alterados ao longo do programa: os três últimos navios, incluindo o Stavropol, utilizam motores Kolomna 16D49 com caixas de engrenagens da Zvezda. A velocidade máxima chega a 25 nós, com autonomia de dez dias e alcance de 2.500 milhas náuticas a 12 nós.
O programa Buyan-M forneceu navios às frotas do Cáspio, Mar Negro e Báltico, oferecendo capacidade estratégica única de redistribuição via canais interiores russos. Navios da série demonstraram seu papel operacional em operações na Síria em 2015 e na Ucrânia, destacando a eficácia dos mísseis Kalibr lançados de águas interiores.
Apesar de suas capacidades, os Buyan-M apresentam limitações, incluindo autonomia restrita, navegação limitada em condições marítimas adversas e defesa aérea relativamente fraca. Especialistas russos indicam que futuros pequenos combatentes precisarão de sistemas de guerra eletrônica mais avançados, radares de curto alcance aprimorados para detectar drones e controle de fogo automatizado para armas defensivas.
Com a incorporação do Stavropol, a Marinha Russa conclui o programa Buyan-M, encerrando a primeira série completa de corvetas de mísseis de pequeno porte da quarta geração e delineando os desafios estratégicos para a próxima geração de navios costeiros russos.
