A Lockheed Martin está em tratativas com a Rheinmetall para iniciar a produção de mísseis na Alemanha, incluindo modelos estratégicos como o ATACMS e o Hellfire. A informação foi revelada pela revista alemã WirtschaftsWoche e confirmada por Dennis Goege, vice-presidente da Lockheed para a Europa.
Segundo Goege, as negociações contemplam a instalação de linhas de montagem na unidade da Rheinmetall em Unterlüß, no norte da Alemanha, onde a empresa alemã já vem ampliando suas capacidades industriais. Apesar disso, a lista final de armamentos a serem fabricados ainda não foi definida.
O movimento representa um aprofundamento da parceria firmada em 2024 entre as duas companhias, que prevê transferência de tecnologia por parte da Lockheed e produção e comercialização de mísseis na Europa sob responsabilidade da Rheinmetall. Desde o início deste ano, a fabricante alemã já participa da cadeia de suprimentos do caça F-35, produzindo componentes estruturais.
A iniciativa surge em meio ao esforço da OTAN para fortalecer sua base industrial de defesa diante da guerra na Ucrânia e da crescente demanda por munições e sistemas de longo alcance. Nesse contexto, a instalação em Unterlüß ganha relevância: nesta quarta-feira (27), o Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, visitará a planta acompanhado do ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, e do vice-chanceler Lars Klingbeil, para inaugurar uma nova linha de produção de artilharia.
Se confirmada, a fabricação local de mísseis como o ATACMS — capaz de atingir alvos a mais de 300 km de distância — e o Hellfire — amplamente utilizado em helicópteros de ataque e drones — ampliará significativamente a autonomia da Europa na produção de armamentos estratégicos, reduzindo a dependência de importações diretas dos Estados Unidos.