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O governo do Peru autorizou, por meio de resoluções supremas e ministeriais, a viagem de uma delegação de alto nível à Suécia, Espanha e França para avançar no processo de aquisição de 24 aeronaves de combate multifuncionais destinadas à Força Aérea Peruana (FAP).
A missão ocorrerá entre 27 e 29 de agosto, com reuniões em Estocolmo, Madri e Paris. A comitiva é chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Elmer Schialer, pelo ministro da Defesa, general da reserva Walter Astudillo, e pelo comandante-geral da FAP, general Carlos Chávez Cateriano. Também integra o grupo o comandante Javier Rojas Aguilar, ajudante-de-ordens do Gabinete Ministerial da Defesa.
As despesas da viagem serão custeadas pela Chancelaria e pelo Ministério da Defesa. O general Chávez Cateriano deverá entregar, no prazo de 15 dias após o retorno, um relatório detalhado sobre os resultados das negociações.

Fase decisiva do processo
A visita marca a etapa final da avaliação das propostas apresentadas por quatro fabricantes internacionais: o F-16 Block 70, da Lockheed Martin (Estados Unidos); o Rafale F4, da Dassault Aviation (França); o Gripen E, da Saab (Suécia); e o Eurofighter Typhoon Tranche 3, oferecido pela Espanha.
A escolha do modelo vencedor já sofreu dois adiamentos. O anúncio estava previsto para o primeiro trimestre de 2025, foi postergado para julho e, agora, ficou condicionado às reuniões na Europa. A expectativa é de que a decisão permita a adjudicação do contrato ainda este ano.
Em maio, o comandante Chávez Cateriano já havia discutido o tema em Washington com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Segseth, e representantes da agência DSCA, responsável pelo programa de Vendas Militares ao Exterior (FMS).
Opções e implicações regionais
Se optar pelo Gripen E, o Peru se unirá ao Brasil, atual operador do modelo, e poderá ter a Colômbia como futura parceira regional, já que o país vizinho demonstrou interesse em adquirir a aeronave sueca. Nesse caso, Lima entraria na fila de produção depois de Bogotá, com quem mantém tensões fronteiriças.
A escolha do F-16 Block 70 faria do Peru o primeiro operador da versão mais moderna do caça na América Latina, embora o F-16 já esteja em serviço no Chile e na Venezuela. Já a adoção do Rafale F4 transformaria o país no único usuário do caça francês na região. A proposta espanhola, por sua vez, introduz a opção do Eurofighter Typhoon Tranche 3, um caça de quarta geração avançada já em uso por diversas forças aéreas europeias.

A Força Aérea Peruana tem histórico de operar aeronaves norte-americanas, incluindo modelos como o F-86F Sabre, o F-80 Shooting Star e o A-37 Dragonfly, este último utilizado até meados dos anos 2000 em missões de combate.
A definição sobre os novos caças representará um marco para a modernização da FAP e deve reposicionar o Peru no cenário da aviação militar sul-americana.


