Reino Unido reforça defesa aérea com investimento de £118 milhões no sistema Sky Sabre

Sky Sabre: A Landmark in UK GBAD Capability

O Reino Unido deu mais um passo para reforçar sua segurança nacional ao anunciar a compra de seis novos lançadores de defesa aérea Land Ceptor, parte do sistema Sky Sabre, em um contrato de £118 milhões firmado com a fabricante europeia MBDA.

A decisão reflete a crescente preocupação do governo com os céus cada vez mais disputados, em um mundo onde drones, mísseis de cruzeiro e novas formas de ataque aéreo se tornaram rotina nos campos de batalha. Para além da proteção militar, o contrato também tem um impacto humano e econômico direto: ajudará a manter 140 empregos no país e fortalecerá a expansão da fábrica da MBDA em Bolton, que deve criar mais 700 postos até o fim da década.

O Exército Britânico começa a utilizar o Sky Sabre - Tecnodefesa

De Rapier a Sky Sabre: uma nova era na defesa britânica

Durante décadas, o sistema Rapier foi a espinha dorsal da defesa aérea britânica. Criado nos anos 1970, esteve presente até na Guerra das Malvinas. Mas, diante das ameaças atuais – rápidas, pequenas e muitas vezes invisíveis ao radar – o Rapier já não dava conta.

O Sky Sabre surge como a resposta. Muito mais moderno, ele combina mísseis guiados por radar, um sistema de comando digital e um radar capaz de rastrear dezenas de alvos ao mesmo tempo. Na prática, significa que os soldados britânicos podem agora interceptar desde jatos de alta velocidade até drones do tamanho de uma bola de tênis, voando a mais de duas vezes a velocidade do som.

“É uma revolução para nós. O sistema oferece um nível de precisão e agilidade que nunca tivemos antes”, contou o Suboficial Ben Norris, do 16º Regimento de Artilharia Real, após o primeiro disparo real do Sky Sabre em solo britânico, realizado durante o Exercício Formidable Shield 25, nas Hébridas Exteriores.

 

Lições de uma guerra que mudou a segurança europeia

A guerra na Ucrânia tem sido um lembrete brutal de como a defesa aérea é vital. Os ataques com enxames de drones e mísseis de cruzeiro, muitos lançados do mar ou de submarinos, mostraram o quão vulneráveis podem ser cidades, infraestruturas e tropas sem sistemas de proteção em camadas.

Essas lições influenciaram diretamente a decisão britânica de dobrar sua capacidade de Sky Sabre. O sistema já havia sido enviado à Polônia para reforçar o flanco oriental da OTAN, mas agora ganha mais espaço em território nacional.

“O mundo mudou. Não basta mais confiar apenas em caças no ar. Precisamos de sistemas que possam reagir em segundos a ameaças imprevisíveis”, afirmou um porta-voz do Ministério da Defesa.

MBDA Sky Sabre battery - 22 (AD) Rgt RA (AU) by dave-llamaman on DeviantArt

Defesa e empregos lado a lado

Além da segurança, o governo também destaca o impacto econômico do contrato. A MBDA, que já é um dos pilares da indústria de defesa europeia, passa a ter papel ainda mais estratégico dentro do Reino Unido. Em Bolton, onde será produzido o novo lote de lançadores, engenheiros, técnicos e trabalhadores especializados veem o projeto como uma oportunidade de estabilidade em um setor de alta tecnologia.

O investimento faz parte de uma visão de longo prazo: associar segurança nacional a prosperidade econômica. A Revisão Estratégica de Defesa britânica prevê até £1 bilhão adicionais para fortalecer a defesa antimísseis, o que abre caminho para novos contratos, inovação tecnológica e empregos qualificados.

Sky Sabre Air Defense System – Norsk luftvern

Preparação para o futuro

Para especialistas militares, o Sky Sabre representa mais do que um novo armamento – é um símbolo da adaptação do Reino Unido a uma era de guerras híbridas, onde o inimigo pode usar tanto armas sofisticadas quanto drones baratos em ataques massivos.

“Esse sistema garante não apenas a defesa de nossas forças e de nosso território, mas também que o Reino Unido continue sendo um parceiro confiável dentro da OTAN”, destacou um analista de defesa ouvido em Londres.

Com a aquisição, o Exército Britânico passa a contar com o dobro de unidades Sky Sabre disponíveis para proteger o espaço aéreo nacional e apoiar aliados. Em um cenário global marcado pela incerteza, a mensagem enviada por Londres é clara: o país está determinado a proteger seus céus e sua população.

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