O Exército Brasileiro está desenvolvendo uma nova versão do blindado Guarani 6×6, voltada especificamente para enfrentar  minas terrestres e artefatos explosivos improvisados. O projeto é conduzido pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) em parceria com a empresa britânica Pearson Engineering, referência mundial em tecnologias de desminagem. Em agosto de 2025, o protótipo passou por sua segunda fase de testes, etapa que incluiu ajustes estruturais e avaliações iniciais em solo. Apesar dos desafios técnicos, o cronograma foi cumprido e o veículo está cada vez mais próximo de ser avaliado em campo de forma operacional.

O diferencial dessa versão do Guarani está nos equipamentos de engenharia acoplados à parte frontal do blindado. Esses sistemas funcionam como uma barreira protetora capaz de detectar, acionar ou remover minas antes que atinjam o veículo ou as tropas que avançam atrás dele. Entre as soluções aplicadas estão arados e lâminas que empurram ou retiram minas do caminho, rolos de pressão que detonam explosivos de forma controlada e um reforço estrutural projetado para aumentar a segurança da tripulação em caso de explosão. Na prática, o Guarani Antiminas abre corredores seguros em áreas de risco, permitindo o avanço de soldados e de outros veículos sem a ameaça invisível das minas.

A importância dessa variante vai além do campo de batalha.  O projeto também fortalece a indústria de defesa nacional, unindo a experiência tecnológica da Pearson à capacidade de produção já consolidada no país, com a Iveco Defence em Sete Lagoas, da Diretoria de Fabricação (DF) e o próprio Arsenal de Guerra.

Com a validação do protótipo, a expectativa é que em 2026 sejam iniciados os primeiros testes em campo, simulando operações reais em terrenos minados. Caso aprovado, o Guarani Antiminas será entregue às unidades de engenharia de combate.