A defesa do espaço aéreo paquistanês acaba de ganhar um reforço de peso. Os novos sistemas de mísseis terra-ar HQ-9BE, fabricados na China, já estão ativos na Força Aérea do Paquistão, em uma movimentação que promete alterar o equilíbrio militar na região. Embora o governo paquistanês não tenha feito anúncios oficiais, a entrada em operação desse armamento é vista como uma resposta direta ao ambiente estratégico cada vez mais disputado no Sul da Ásia.
O HQ-9BE é uma versão avançada do HQ-9, inspirado em tecnologias russas e americanas, mas aperfeiçoado pela indústria de defesa chinesa. Ele pode atingir alvos a até 260 quilômetros de distância, rastrear aeronaves que realizam manobras em diferentes altitudes e resistir a interferências eletrônicas. Em outras palavras, trata-se de um sistema projetado para enfrentar caças modernos, drones de vigilância, bombardeiros e até aeronaves de comando e controle, peças-chave em qualquer operação aérea.
Para o Paquistão, o impacto é imediato. O sistema protege os centros de poder em Islamabad e Rawalpindi, amplia a segurança dos próprios aviões de combate e cria uma espécie de “barreira invisível” que complica a vida de qualquer adversário que tente avançar em seu espaço aéreo. Isso força países como a Índia a repensar seus planos. Aeronaves como os Su-30MKI e os aviões-radar AWACS, que dão aos indianos vantagem em monitoramento e coordenação de ataques, agora correm o risco de entrar na zona de alcance do HQ-9BE.
Além da proteção direta, a introdução do sistema mostra o fortalecimento da parceria entre Islamabad e Pequim. O HQ-9BE foi desenvolvido para operar em rede, ligando radares e baterias de mísseis em um mesmo sistema de comando. Isso permite ao Paquistão reagir de forma mais rápida e coordenada diante de ameaças múltiplas, como ataques de mísseis de cruzeiro ou enxames de drones.
Mais do que uma simples modernização militar, a entrada em operação do HQ-9BE envia um recado claro: o Paquistão não pretende permitir que a Índia mantenha uma vantagem aérea incontestada no subcontinente. A disputa pela supremacia no céu da região, que já era intensa, agora entra em uma nova fase, onde cada movimento pode redefinir os limites do poder e da segurança no Sul da Ásia.a