O Exército do Paquistão apresentou oficialmente nesta terça-feira (12) o míssil de cruzeiro Fatah-4, um sistema de ataque convencional de longo alcance que marca um avanço significativo nas capacidades militares do país. Com alcance superior a 750 quilômetros, o Fatah-4 permite atingir alvos em profundidade sem recorrer a armas nucleares, mantendo a dissuasão estratégica separada para cenários de escalada nuclear.
O Fatah-4 é um míssil sub-sônico lançado a partir do solo, com velocidade aproximada de Mach 0,7, comprimento de 7,5 metros e peso total de 1.530 kg. Ele carrega uma ogiva de fragmentação de 330 kg, projetada para causar destruição significativa em alvos estratégicos e táticos. A precisão é um dos principais destaques do sistema, com erro circular provável (CEP) de cerca de 5 metros, garantindo impactos quase cirúrgicos em operações convencionais. A trajetória de voo é planejada a baixa altitude, com tecnologia de seguimento de terreno, o que reduz drasticamente a probabilidade de detecção por radares inimigos e aumenta sua capacidade de penetração em áreas fortemente defendidas.
O sistema de guiagem do Fatah-4 combina navegação GPS e INS (Inertial Navigation System), complementado por sensores eletro-ópticos e infravermelhos, além de radar. Essa combinação permite ao míssil identificar e atingir alvos mesmo em cenários onde o GPS pode estar limitado ou bloqueado. Inspirado no programa de mísseis anti-navio Harbah, o Fatah-4 incorpora inteligência artificial e correspondência de cena de imagem, aumentando a capacidade de reconhecimento de alvos e precisão terminal.
Especialistas militares avaliam que o lançamento do Fatah-4 reflete a intenção do Paquistão de reforçar suas capacidades de ataque convencional, oferecendo flexibilidade em cenários de conflito regional e permitindo respostas rápidas a ameaças emergentes. Ao mesmo tempo, a separação das capacidades nucleares mostra uma abordagem estratégica equilibrada, em que a modernização das forças armadas não compromete a estabilidade regional, mas amplia o poder de dissuasão convencional.
O desenvolvimento do Fatah-4 também pode influenciar o equilíbrio de forças na Ásia do Sul, especialmente em um contexto de tensão histórica com a Índia. Com esse míssil, o Paquistão amplia significativamente seu alcance operacional, podendo atingir alvos críticos em profundidade, incluindo infraestruturas estratégicas, centros de comando e instalações militares.
O anúncio do Fatah-4 segue uma tendência global de modernização de mísseis de cruzeiro de longo alcance, buscando sistemas precisos, difíceis de interceptar e com flexibilidade para diferentes tipos de missões. Com esse avanço, o Paquistão se coloca em posição mais robusta no cenário regional, reforçando tanto sua capacidade de ataque convencional quanto sua postura defensiva estratégica.
O Fatah-4 será monitorado de perto por analistas de defesa na região, dada a sua relevância para a estratégia militar paquistanesa e o impacto potencial no equilíbrio de poder no subcontinente indiano.
