A modernização das Forças Navais da Argélia acaba de dar um importante passo com a iminente aquisição de pelo menos cinco lanchas de assalto rápido do modelo BK-16E, desenvolvidas pela fabricante russa Kalashnikov. Essas embarcações são especialmente projetadas para missões de forças especiais e defesa costeira, ampliando significativamente as capacidades operacionais da marinha argelina no Mediterrâneo Ocidental.
A confirmação da compra surgiu de forma indireta, por meio de uma licitação pública publicada em 4 de agosto de 2025 na plataforma russa Rostender, que tratava do fornecimento de sistemas de radionavegação para às lanchas BK-16E. Os documentos indicam claramente que o equipamento solicitado está dividido em cinco lotes, correspondentes a cinco unidades destinadas à exportação para a Argélia. Até o momento, nem a Argélia nem a Rússia divulgaram comunicados oficiais confirmando o acordo, o que torna o edital a primeira evidência pública da entrada dessas embarcações na frota argelina.
Essa aquisição representa um salto qualitativo para a marinha argelina, que já conta com as lanchas BK-10M para transporte rápido de tropas, mas agora investe em uma plataforma mais versátil e poderosa. A BK-16E, com seu armamento avançado, maior manobrabilidade e alcance ampliado, está preparada para enfrentar missões complexas em ambientes costeiros, fluviais e portuários.
Desenvolvida no Estaleiro Rybinsk, subsidiária da Kalashnikov, a BK-16E é a versão exportação do projeto russo 02510 “Afalina”. Inspirada no reconhecido design da lancha sueca CB90, essa embarcação de 16,45 metros atinge velocidades máximas de 42 nós (aproximadamente 78 km/h) e pode navegar até 400 milhas náuticas sem reabastecimento. A tripulação é composta por dois operadores, além de capacidade para transportar até 19 soldados totalmente equipados.
O grande destaque da BK-16E está na sua modularidade. A embarcação pode ser equipada com diferentes sistemas de armas conforme a missão, incluindo módulos de combate remotamente controlados, metralhadoras pesadas Kord calibre 12,7 mm, lançadores automáticos de granadas de 40 mm e até sistemas de mísseis antitanque guiados do tipo Kornet, conferindo-lhe um poder de fogo impressionante para um barco de seu porte.
Com esta aquisição, a Argélia reafirma sua ambiciosa estratégia de modernização das forças navais, com foco no fortalecimento da flexibilidade e da capacidade de dissuasão de suas forças especiais, consolidando sua presença e influência na estratégica região do Mediterrâneo Ocidental.
