Vietnã revela míssil VCM-02 com alcance de 300 km

O Vietnã deu um passo ousado para mostrar que está pronto para defender seus interesses no Mar da China Meridional — e que não depende mais tanto de ninguém pra isso. Durante um ensaio militar de grande escala perto de Hanói, o país revelou publicamente o VCM-02, um novo míssil de cruzeiro feito em casa, com alcance de até 300 km. É o mais poderoso da família VCM até agora — e já está chamando a atenção de quem acompanha as movimentações militares na Ásia.

O míssil foi desenvolvido pelo Instituto Aeroespacial Viettel (VTX), que faz parte do poderoso grupo Viettel, o maior conglomerado militar do país. Ainda não se sabe tudo sobre ele, mas especialistas dizem que o VCM-02 tem um alcance comparável ao do BrahMos terrestre, usado pelas Filipinas, e pode atingir tanto alvos no mar quanto em terra. Isso faz dele uma peça importante na estratégia vietnamita de dissuasão.

Visualmente, ele lembra o míssil russo Kh-35E, que o Vietnã já operou. Mas o envolvimento direto da VTX sugere que o projeto é, em grande parte, nacional — o que mostra um esforço claro de Hanói em se afastar da dependência tradicional da Rússia e da China. Não se trata só de ter um míssil novo. Trata-se de mostrar que o país está cada vez mais confiante em sua própria capacidade de desenvolver armamentos modernos.

E a escolha de mostrar o VCM-02 num evento com mais de 15 mil soldados, tanques e artilharia pesada não foi à toa. Além de celebrar o aniversário da Revolução de Agosto e o Dia Nacional, foi uma oportunidade perfeita para passar duas mensagens ao mesmo tempo: tranquilizar a população sobre a segurança nacional e avisar os vizinhos — e possíveis adversários — que o Vietnã está se preparando para qualquer cenário.

Esse movimento não acontece sozinho. O país também vem investindo em drones, sistemas de radar, guerra eletrônica e outras tecnologias voltadas para fortalecer sua defesa costeira. Tudo isso faz parte de uma estratégia maior: criar barreiras eficazes contra ameaças externas e garantir que qualquer tentativa de avanço sobre suas águas disputadas seja, no mínimo, arriscada.

Para países como as Filipinas, que também enfrentam pressões no Mar da China Meridional, o VCM-02 pode ser visto com uma ponta de admiração — e talvez até um pouco de inveja. Afinal, o Vietnã está mostrando que é possível desenvolver tecnologia própria e sair da dependência total de grandes potências.

No fim das contas, o VCM-02 não é só um míssil. É um símbolo de mudança. Ele representa um Vietnã mais independente, mais preparado e mais disposto a se fazer ouvir em um dos cenários geopolíticos mais disputados do mundo. E se depender de Hanói, essa será apenas uma das muitas novidades que ainda estão por vir.

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