Índia comissiona nova fragata INS Tamal na Rússia e reforça parceria histórica

A Marinha da Índia deu um passo importante no reforço de suas capacidades navais ao comissionar, no último 1º de julho, a fragata furtiva INS Tamal (F71). A cerimônia foi realizada no Estaleiro Yantar, em Kaliningrado, na Rússia, e contou com a presença de autoridades dos dois países, incluindo o Vice-Almirante indiano Sanjay Jasjit Singh e o Vice-Almirante russo Sergei Lipin.

O INS Tamal é o segundo navio da moderna classe Tushil, uma evolução das consagradas fragatas da classe Talwar, e se junta agora à Frota Ocidental da Marinha Indiana. Com 125 metros de comprimento e cerca de 4 mil toneladas, o navio combina tecnologias russas e indianas em um projeto pensado para múltiplas missões — desde a guerra antissubmarino até operações ofensivas com mísseis de cruzeiro.

Mas o Tamal representa mais do que apenas uma adição à frota. Ele simboliza 65 anos de cooperação naval entre Índia e Rússia, sendo o 51º navio fruto dessa longa parceria. Mesmo tendo sido construído em território russo, o navio leva uma forte marca indiana: mais de 26% de seus sistemas são de origem nacional, incluindo equipamentos desenvolvidos por empresas como BrahMos Aerospace, Bharat Electronics e Keltron.

Seu poder de fogo impressiona. O Tamal vem armado com os mísseis supersônicos BrahMos, mísseis terra-ar de lançamento vertical Shtil-1, torpedos pesados, foguetes antissubmarino e sistemas de defesa antiaérea de curto alcance. Além disso, é capaz de operar os helicópteros Ka-28 e Ka-31, que atuam em missões de alerta antecipado e guerra antissubmarino.

Antes de ser entregue, o navio passou por três meses de testes intensivos no mar e treinamentos em condições rigorosas de inverno na Rússia. A tripulação, formada por cerca de 250 marinheiros e oficiais, agora está pronta para operar o Tamal em missões reais.

O nome do navio tem um forte simbolismo: “Tamal” faz referência à espada lendária do deus Indra, o rei dos deuses no hinduísmo — uma escolha que reforça o caráter estratégico e simbólico dessa embarcação.

Com a incorporação do Tamal, a Índia se prepara para encerrar um ciclo histórico de aquisições navais no exterior. Ao mesmo tempo em que continua recebendo navios como o Tamal e o INS Tushil, ambos construídos a partir de cascos originalmente destinados à Marinha Russa, o país também avança com projetos próprios — como a classe Nilgiri, que representa o futuro da construção naval indiana.

A expectativa é de que, até 2027, outras duas fragatas da mesma linhagem, mas construídas inteiramente na Índia com apoio técnico russo, também entrem em operação. Juntas, essas embarcações mostram que o caminho da Marinha Indiana passa cada vez mais pela autossuficiência tecnológica e pela consolidação de uma indústria de defesa nacional.

O INS Tamal chega pronto para o combate — e, talvez mais importante, pronto para marcar o início de uma nova fase para a Marinha Indiana.

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