Autor: Linnequer Santos
Edição: E.M.Pinto
O drone Arash, uma das peças mais avançadas do arsenal militar iraniano, está se destacando cada vez mais entre as capacidades bélicas do país. Embora o modelo Shahed 136/Geran seja amplamente conhecido, o Arash vem ganhando atenção por suas especificações e capacidades melhoradas. Derivado dos drones Kian 1 e Kian 2, o Arash apresenta uma série de inovações que o posicionam como um dos mais letais UAVs (Veículos Aéreos Não Tripulados) da atualidade.

Drone Iraniano – KIAN 1
O Kian 1, revelado em 2013, foi originalmente concebido como um drone alvo, projetado para testar e avaliar sistemas de defesa aérea, além de treinar as tripulações responsáveis por essas defesas. O Kian 2, por sua vez, revelado em 2018, já incorporava funções anti-radar, focando na supressão de sistemas inimigos de defesa aérea. O Arash, por sua vez, supera ambos em quase todos os aspectos.
Com uma motorização que lhe permite alcançar distâncias de até 2.000 km, o Arash é considerado o drone suicida de maior alcance do mundo, uma capacidade que o coloca em vantagem sobre os modelos anteriores. Além de sua função principal como drone suicida, o Arash também é capaz de realizar missões de supressão de defesa aérea, ampliando seu papel em operações militares.

Muito provavelmente, o lançador do Arash-2 (Kian 2) está acima, e a foto abaixo mostra um chassi para o Arash-1 (Kian 1) / Foto ilustrativa de fontes abertas.
O UAV foi apresentado publicamente pela primeira vez em um exercício militar com aeronaves autônomas em dezembro de 2019, sendo posteriormente exibido em desfiles das Forças Armadas do Irã. Suas especificações impressionam: com um peso máximo de decolagem de 200 kg, comprimento de 4,5 metros, envergadura de 4 metros, teto operacional de 12.000 metros e uma velocidade máxima de 185 km/h, o Arash consolida-se como uma peça-chave na estratégia militar iraniana.
Os drones iranianos Kian 1, Kian 2 e Arash destacam-se por sua tecnologia avançada, projetada para maximizar resistência, alcance e capacidade de evasão de sistemas de defesa aérea. Esses UAVs (Veículos Aéreos Não Tripulados) compartilham características estruturais e de motorização que os tornam armas poderosas no arsenal do Irã.
Materiais
A construção dos drones é baseada em fibras compostas, como fibra de carbono e fibra de vidro, que garantem leveza e resistência, além de reduzirem a detecção por radar. O uso de alumínio e ligas metálicas leves nas partes estruturais reforça a resistência, sem comprometer o peso. Para drones com capacidade anti-radar, como o Kian 2 e Arash, materiais absorventes de radar são aplicados, tornando-os mais difíceis de detectar por sistemas inimigos.
Motorização
Os drones utilizam diferentes sistemas de propulsão, ajustados para suas funções. O Kian 1, um drone alvo, provavelmente usa um motor a pistão ou jato de pequeno porte, suficiente para voos de curta duração. Já o Kian 2 emprega motores mais potentes, como turbinas, para voar a altas velocidades e atacar sistemas de radar. O Arash, um drone suicida de longo alcance, conta com um motor turbojato ou turboreativo, permitindo alcançar até 2.000 km e uma velocidade de 185 km/h.
Sistemas de Guiagem
Esses drones utilizam navegação inercial (INS) para determinar sua posição sem depender de sinais externos, essencial em ambientes com interferência eletrônica. Além disso, podem ser equipados com sistemas GPS/GLONASS para operações de longa distância, garantindo precisão. Drones como o Kian 2 e o Arash possuem sensores anti-radar, ajustando suas trajetórias para atacar radares inimigos. Em algumas missões, o controle pode ser feito remotamente via rádio ou satélite.
Análise
A evolução dos drones iranianos, do Kian 1 ao Arash, reflete o avanço contínuo do Irã em tecnologia militar, com ênfase na criação de UAVs capazes de enganar e suprimir defesas aéreas inimigas. O Kian 1, inicialmente desenvolvido como alvo para treinamento, abriu caminho para o Kian 2, que incorporou capacidades anti-radar, revelando uma estratégia mais agressiva de combate às defesas aéreas. A introdução do Arash, no entanto, marca uma mudança significativa, apresentando um drone suicida de longo alcance que combina precisão, alcance e letalidade.
O Arash não apenas supera seus predecessores, mas também se destaca globalmente como o drone suicida com maior alcance, capaz de percorrer até 2.000 km. Sua motorização avançada e design otimizado, incluindo o uso de materiais leves e absorventes de radar, permitem maior eficiência em missões furtivas e ataques estratégicos. Ao manter a capacidade de suprimir sistemas de defesa aérea, o Arash oferece ao Irã um veículo versátil que pode executar múltiplas funções em operações militares complexas.
Além disso, o sistema de navegação inercial, em conjunto com GPS/ GLONASS e sensores anti-radar, proporciona uma guiagem precisa e confiável, mesmo sob interferência eletrônica. Esses avanços consolidam o Arash como uma peça fundamental na estratégia militar do Irã, reforçando a importância dos drones no cenário de guerra moderna e ampliando o poder dissuasório do país em conflitos regionais e até mesmo além da região.
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Sobre o Autor:
Ex-militar do Exército Brasileiro especialista em Logística e Explosivos, é Biólogo Licenciado e Graduado pelo Centro Universitário São Lucas de Porto Velho (Rondônia), graduando em História pela Universidade da Amazônia (UNAMA) e em Física pelo Centro Universitário de João Pessoa (UNIPE). É pesquisador do idioma Persa e do processo revolucionário nos países do Mundo Islâmico e do Oriente Médio. É analista e colaborador do site Plano Brazil, Arte da Guerra e Falando de Guerra e Apresentador do Canal Flecha Mura.
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