Defesa & Geopolítica

Vendas c/ Chantagem !!!

Por: Luíz Pinelli

O Velho Patriota

Segundo o Ministro Jobim, o Brasil não mais “comprará” material bélico usado ou de “2ª mão”. Muito boa a posição adotada, pois, o Brasil não é um simples comprador de armas, mas um parceiro e precisa de transferência de tecnologia militar para que com este incentivo venha instalar nossas indústrias de equipamentos bélicos e permitir que o Brasil alcance com total independência da industria bélica, o permanente fortalecimento militar e modernização técnica das nossas FAs.


Pensávamos que a Engesaer, a ser criada pelo governo do Sr Lula da Silva, atendesse a estas necessidades. Porém, a lamentável falta de planejamento financeiro nas gestões governamentais e a ausência do estabelecimento das Reservas Orçamentárias, com suas Fontes de Recursos com fim específico, tornam evidente que o governo tem outros focos diferentes da modernização das FAs, com o estabelecimento de outros programas de governo.


A produção do URUTU III paralisou por faltas de recursos orçamentários. Por enquanto, só nos resta continuarmos a sonhar ( é de graça e é hoje a verdadeira REALIDADE ) com os modernos submarinos convencionais, os navios – patrulhas, os helicópteros, blindados sobre lagartas e sob rodas( 8 ou 10 rodas), sistemas de mísseis antiaéreo e anti-carro, armas modernas.

Vamos convivemos com a política governamental pouco inteligente, sem o aproveitamento maciço da Avibrás, da Imbel, de outras empresas militares existentes, e o que pior com a demagogia política sem limites através de inconfessáveis programas de governo que destroem nossos recursos financeiros.

Na luta surda que ocorre, entre os competidores na desastrosa licitação para a compra de caças para a FAB, a Boeing vem de melhorar “oferta” para tentar vender seus produtos bélicos ao Brasil. Além da Boeing reafirmar a garantia da transferência de tecnologia do F/A-18 Super Hornet à FAB, consoante promessa do Presidente dos EEUU, Sr Barack Obama ao governo brasileiro nenhum item da proposta da empresa estará sujeito a nova revisão, entendamos, por imposição militar dos EUA.

Uma das opções ofertadas é que empresas brasileiras passariam, imediatamente, a produzir peças para aviões da marinha americana e também em parceria com a própria Boeing entraria no mercado global da aviação, passando a fornecer asas e fuselagem do Super Hornet, tanto para os EEUU como para outros países.

A indústria aeroespacial brasileira se tornaria o principal fornecedor e parceiro da Boeing no mercado de defesa dos EEUU (????). Sabemos que o governo americano foi autorizado pelo Congresso a transferir tecnologia relativo a tudo aquilo que for exigido pela FAB, sem restrições. A Boeing afirma, ainda, ser uma autorização sem precedentes de todos os setores do governo americano, inclusive, do Congresso, procurando, realçar ao governo brasileiro que esta operação de vendas, seria um Grande Privilégio ou um favor divino concedido(???).

Autorizaram, ainda, o uso do sistema de armas “made in Brazil” nos caças Super Hornet.O vice-presidente da empresa falando à Comissão de Ciência e Tecnologia, em Brasília, disse que se compromete a criar no Brasil o Centro de Capacitação da Boeing, com o foco na evolução de tecnologias aeronáuticas, e, com o vislumbre futuro dos caças Super Hornet serem construídos no Brasil, como prometeram, também a França(Rafaele) e a Suécia(Gripen)

Acho que é a grande oportunidade para os secretários das nossas FAs, abandonarem seus votos de silêncio místico, e, rapidamente, se pronunciarem sobre matéria de sua competência. Pois, aparentemente, estes itens são de fato muito tentadores para o mercado de defesa brasileiro. E vamos dar um basta para as opiniões burras de leigos civis e politiqueiros aproveitadores.

Se todos estes itens desta nova proposta comercial, vão acontecer, realmente, só o governo brasileiro pagando para ver. Existem precedentes muito graves num passado recente do governo norte americano que sinalizam para a total desconfiança e descrença na palavra do grande aliado do norte. Os estragos feitos na política de relacionamento internacional, pelo último presidente americano, vão levar muito tempo para serem esquecidos. Ainda mais porque, embutido nestes itens propostos, esta uma grande ameaça norte americana, manifestada de forma aberta e ostensiva!!!


Se o Brasil não optar entrar no mercado de aviação militar ( o civil da Embraer já é uma realidade !!!) juntos com a Boeing, o EEUU que detém em mãos o poder ( inclusive, o incontestável poder militar) de vetar potenciais vendas do Brasil de caças franceses ou suecos, construídas no país, uma vez que, há tecnologia dos EUA tanto na Gripen como no Rafaele, e esta decisão norte americana afetaria todos os competidores( França e Suécia) que participam da licitação da FAB.

Isto não é apenas chantagem política e militar dos EEUU, pois além de revelar ações marginais de comerciantes internacionais inescrupulosos, a parte política dos EEUU, esconde as verdadeiras intenções estratégicas deste “aliado”. Mas de qualquer maneira, a situação exige a decisão consciente de profissionais competentes na área militar e legítimos líderes nacionais.

O velho patriota, Luiz Pinelli

luiz pinelli neto

http://opatriotavelho

NOTA DO BLOG: Os artigos publicados na seção O velho Patriota não necessariamente reflentem a opinão do Blog PLANO BRASIL, simplesmente por se tratarem de textos de autoria e responsabildades do autor.

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