Defesa & Geopolítica

QUE O FIM CHEGUE LOGO!

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Autor: Carcará do Cerrado

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Aproveitando a brecha do F-X2 e a época de carnaval que é momento de alegria vamos à última colocação sobre o projeto (algo me diz que será a última).

À alguns anos atrás, quando da definição do Chile sobre o novo vetor de sua Força Aérea, eu nem era usuário de blog, e confesso que nem visitava muito a “blogosfera”, mas eu utilizava o fotolog e por lá fiz alguns camaradas chilenos. Me recordo muitíssimo bem que a concorrência lá foi acirrada também, e que obviamente os amantes da aviação militar tinham seus preferidos pessoais, porém uma convergência de pensamento era também visível: “o importante é termos um novo vetor e termos ele logo” foi exatamente isso quem chileno me disse.
Será que essa frase se adequa ao Brasil?

Por favor, não vamos entrar em uma discussão desnecessária quanto a escolha do Chile em si, mas vamos observar essa harmonia de pensamento entre a grande maioria não só dos militares chilenos, como dos amantes e apreciadores de militaria, sobre a necessidade de um novo vetor. Não posso falar de todos, mas como disse tive contato com vários chilenos “torcedores” de vetores diferentes.

Foi um desastre terrível o cancelamento do programa F-X, o primeiro, porém é claro que hoje podemos ver até mesmo com bons olhos aquele cancelamento dado que o primeiro programa não englobava a hoje tão importante, sonhada e almejada, “transferência de tecnologia” (vou mantê-la entre aspas) e baseava-se em algo que podemos chamar de “compra de prateleira”. Nesse meio tempo entre F-X e F-X2 nós vimos a Força Aérea perder a capacidade operacional de um vetor (Mirage III EBR/DBR), ter de improvisar para cumprir com a defesa área da região de nossa capital enquanto uma solução “meia-sola” (chamada por muitos assim) não vinha.

Agora não podemos mais tolerar a “meia-sola”, até porque chego a ter calafrios sobre o que seria a outra metade da sola. Pensem em uma compra de 120 Mirage 2000 C! Ou então em nossa Força Aérea reforçando sua capacidade operacional com “novas” células de F-5EM (células tão novas que devem ser mais velhas do que o meu pai), ou até mesmo quem sabe nós sairíamos mundo à fora coletando unidades de F-16 para transformá-los em MLU!

Chega!

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Brincadeiras à parte o assunto é muito sério e a displicência com o qual é tratado pela imprensa criou uma guerra de egos e opniões que não levou o país à nada até hoje e não levará a absolutamente lugar algum!

Mais uma vez reforço que o importante é termos um vencedor e que este vencedor esteja voando em nossos céus o mais rápido possível. Nós estamos tratando de um programa que deveria ter sido feito à pelo menos dez anos atrás, porém se a real defasagem da FAB for levada em consideração nós podemos chegar facilmente a conclusão de quase que qualquer avião que entra hoje em serviço na FAB está bem mais do que 10 anos atrasado e com os caças a situação não só NÃO é diferente como chega a ser ainda pior.

Um editorial da “Revista Força Aérea” à alguns meses atrás citou o “salto operacional” e nele mora o ponto chave e de triunfo de todos os vetores concorrentes do F-X2, dado que não existe comparação com os atuais vetores utilizados pela Força. Não podemos sequer comparar o Mirage 2000 C à nenhum dos concorrentes, pois o Mirage 2000 C está pelo menos um “degrau” defasado em relação ao Mirage 2000-5 que ainda é utilizado pela Armeé de l’Air, porém está em franco processo de ser substituído pelo RAFALE.

Qualquer um dos vetores traz fôlego novo para a Força e seus pilotos, possivelmente temos um ou outro que traz mais fôlego ou ao menos um fôlego mais duradouro, porém todos podem cumprir com a tarefa da defesa área nacional e a necessidade no momento é imperiosa.

Não podemos nos imaginar voando com Tucanos, Super-Tucanos, F-5 e A-1 daqui à 10, 15 ou 20 anos, isso não só seria surreal, como nos colocaria em uma situação de fragilidade gigantesca, situação já existente hoje, porém “disfarçável” dada a aparente “incapacidade” de nossos vizinhos.

O F-X2 é de suma importância para o país e dada a demora e todo o drama criado na mídia por este processo já passou da hora de encerrá-lo, para o bem ou para o mal um vencedor deve sair, aos que torcem por um concorrente ou outro que acham que irá perder e por isso passaram a torcer pelo F-X3, eu somente gostaria de saber com que cara o país vai bater na porta dos fornecedores para pedir propostas para um F-X3? Além do mais o prestígio do FAB em nível internacional seria jogado no chão de uma vez por todas, e então? Vale a pena cancelar?

Creio eu que a imprensa nacional se equivocou por demais em seus comentários e principalmente pelo fato de não ter colocado nenhuma personalidade técnica para tecer suas nobres matérias sobre a concorrência, notícias ruins, maldosas, superficiais surgiram de todas as formas, cores e para todos os gostos atacando um ou outro concorrente e deixando sempre um concorrente “ileso” e onde fica então a isenção da imprensa e o crédito de que a Força Aérea é quem deve decidir? A maravilhosa opnião pública brasileira (que sua maioria absoluta não entende NADA de defesa) tem sua mente e imaginário povoado de opniões marcadas por posicionamento claro e transformando um processo que interessa demais a FAB em um verdadeiro “show dos horrores”.

Todos erraram no F-X2, FAB, Governo, concorrente, ex-militares e imprensa, todos deveriam responder por atos inconsequentes que atravancaram o processo em maior ou menor grau, porém todos precisam de entender em algum momento (e espero eu que seja antes tarde do que nunca) a sua importância no processo e a importância do PROCESSO.

Enfim, como já falei por mais uma vez, resta só é rezar!
Por mim, qualquer coisa voando que seja mais nova que os M-2000 já estaria valendo, e nisso incluo o J-10, LCA, J-17 ou qualquer outro jato de combate que tenha ganhado os céus recentemente e esteja operacional e disponível.

Este é meu último comentário sobre o F-X2 essa novela sem fim… cuja a luz no final do túnel eu percebo que timidamente se aproxima.

Quero saber quem garante que um é melhor do que o outro também!


NOTA DO BLOG: Os artigos publicados na seção “O Carcará do Cerrado” não necessariamente refletem a opinião do Blog PLANO BRASIL, os textos são autoria e responsabilidades do autor e não possuem nenhum vínculo oficial ou representa as instituições militares brasileiras..


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